11 de abr. de 2008

44 anos do Golpe Militar

Dez dias atrasado, posto um e-mail que recebi de uma amiga, a respeito do aniversário do golpe de 64:

Ontem (ou hoje, dependendo da versão) o Golpe Militar completou 44 anos, sem que tenha sido lembrado por (quase) nenhum meio de comunicação. Eu honestamente fico indignada com isso, mas não vou encher o saco de ninguém com as minhas opiniões.
Enfim, assisti ontem na faculdade uma palestra da Suzana Lisboa, que trabalha há mais de vinte anos com a questão dos desaparecidos políticos Ela tem uma motivação pessoal, uma vez que seu marido foi morto em 72 pelos órgãos repressivos, e isso a levou a uma luta que tem como resultado o livro Direito Memória e Verdade, cujo link mando abaixo
(na verdade, clique aqui), e que relata o desaparecimento de várias pessoas durante o período autoritário. Esse projeto, feito por uma Comissão criada pela Lei 9140/95, tinha como representante dos familiares a própria Suzana Lisboa, um representante das Forças Armadas, do Ministerio Publico, sociedade civil e mais gente que agora não me lembro. A quem interessar, vale a leitura, nem que seja para que fiquemos incomodados e façamos algo.

P.S: Caso o link não abra, acessem o site da presidência e procurem a Secretaria Especial de Direitos Humanos. Lá vai ter o link do livro-projeto Direito, Memória e Verdade.

6 comentários:

Anônimo disse...

Não sei pra que ficar relembrado esta merda de golpe.

Isto é tortura... Tortura, nunca mais!

A susana se transformou numa profissional do desaparecimento (fonte: ela mesmo. As Mães da Praça de Maio não aceitam indenizações nem cooptação.
O livrão que a susana falou é aquele lançado pelo Lula pra irritar as forças armadas.

Anônimo disse...

Não sei quem escreveu o comentário acima, mas se tem a cara de pau de falar isso, poderia pelo menos ter se apresentado. Fala isso porque não tem a minima noção do que foi a torturae a repressão do regime militar. E provavelmente não tem a minima consciência sobre isso. Talvez só no dia que achar que a solução pra criminalidade for um governo autoritário e acabar por perder alguma pessoa querida em função disso.

Patrícia disse...

Achei isso tão bonito...essa divergência de opiniões. Curioso como esse tipo de coisa não pode ser realizado na vigência de regimes autoritários...Acho que os nossos govenos militares eram assim, ou estou enganada?? Parabéns pro Valter que permitiu esse comentário mesmo sem saber o autor ou autora.
Se os parentes dos desaparecidos e os próprios torturados por regimes militares exigissem indenização seriam acusados de interesseiros...não fazendo, também são acusados de promoção. Talvez o melhor seja calarem a boca mesmo, que saco esse negócio de democracia, direitos humanos né??
Viva o debate. Pena que algumas pessoas não defendam tanto as suas opiniões a ponto de admiti-las e colocar seu nome.

Anônimo disse...

Laura, achei mais interessante a palestra do fotógrafo argentino do que a da susana.
Por que não foi comentado nada a respeito?
Permaneci anonimo por que sabia que meu comentário iria causar celeuma nos românticos da ditadura.
É estranho, por exemplo, ver pessoas pesquisando sobre o termo "gorila" e buscando razões para o uso do termo quando nós que vivemos a ditadura sabemos que o termo foi retirado do filme O Planeta dos Macacos.

Patrícia disse...

Eu não sou a Laura e sinceramente não quero levar essa discussão muito adiante porque - vamos ser práticos- não vai levar a nada. Mas gostaria de dizer que, para inicio de conversa, eu mandei o email que gerou a postagem, dando a dica do link para o livro. Fiz isso porque gostei muito de ambas palestras apresentadas naquele dia e por ter interesse no assunto, resolvi ler sobre o mesmo. A obra, para aqueles que leram, não é panfletária e essa discussão pode ser muito interessante, levando em consideração aspectos não só históricos mas também jurídicos (que é o meu foco). Por isso dei a sugestão para a leitura. Não que o que a Susana falou tenha sido mais interessante do que o fotógrafo uruguaio (não era argentino), foram relatos diferentes mas igualmente fortes e que, no fim das contas, demonstram uma sintonia de idéias: ditaduras e golpes não devem mais existir e a democracia e os direitos conquistados por vias legitimas devem permanecer em nossa sociedade. Sugiro ao anônimo que não quer se identificar mas que claramente é aluno da UFRGS, provavelmente nosso colega, que escreva sobre o assunto, mande um email para o Valter, e se ele quiser, publica aqui, como fez com o meu email.
Mas não precisa se preocupar, pelo menos da minha parte, eu não mordo nem bato em ninguém por divergir de opinião, tenho amigos muito especiais que tem idéias diferentes das minhas. O debate pode ser muito produtivo, quando se tem a mente aberta.

Anônimo disse...

Até ia escrever algo, mas a Patricia já disse tudo o que pensei. Só pra constar, a Susana foi posta em pauta não porque foi melhor ou pior na fala dela do que o fotógrafo URUGUAIO e sim porque ela se refiria à história do NOSSO país. Nesse sentido é que é importante relembrar e não deixar que NENHUMA ditadura volte, seja ela de direita ou de esquerda. Gostaria muito que você se mostrasse, mesmo que sua opinião gere comentários contrários (e que fique claro, "contrário" não é sinônimo de "ufanista" ou "radical"), portanto não vou deixar de falar contigo ou te denunciar pra comissão dos desaparecidos da Ditadura, ok?!
Discussão é sempre ótima, desde que seja feita às claras. E eu sinceramente, acredito que a tua atitude de não se mostrar foi, no minimo, covarde.

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