31 de jan. de 2008

Sobre a Veja

Recentemente, estimulei uma competição com um blogueiro da revista – contratado especificamente para atacar os adversários de Veja . Havia duas razões relevantes para tanto.
Primeiro, para demonstrar que, com a Internet, cessou o predomínio das grandes publicações. É possível, mesmo sem ter um grande órgão da imprensa tradicional por trás, mobilizar pessoas para esse trabalho cooperativo, de disseminar informações. É o verdadeiro trabalho em rede, no qual – graças à Internet – cada pessoa dá sua colaboração, pegando as informações e levando para seus círculos de conhecidos.
Segundo, para que essa rede, formada nesse período, ajude a dar visibilidade a essas reportagens que passo a publicar.
Não será um desafio fácil. Estaremos enfrentando o esquema mais barra-pesada que apareceu na imprensa brasileira nas últimas décadas. E montado em cima de um tanque de guerra: uma publicação com mais de um milhão de exemplares.
Tenho convicção de que a força do jornalismo e do trabalho em rede permitirão decifrar o enigma Veja. Para tanto, conto com a mobilização de todos vocês. Não se trata mais de um mero exercício esportivo de aquecer uma eleição de Blog. Trata-se, agora, de uma questão nacional que, tenho certeza, ajudará a reabilitar o exercício do jornalismo, mesmo na grande imprensa.
O macartismo e o jornalismo de negócios
O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico.
Para entender o que se passou com a revista nesse período, é necessário juntar um conjunto de peças.
O primeiro, são as mudanças estruturais que a mídia vem atravessando em todo mundo.
O segundo, a maneira como esses processos se refletiram na crise política brasileira e nas grandes disputas empresariais, à partir do advento dos banqueiros de negócio que sobem à cena política e econômica na última década.
O terceiro, as características específicas da revista Veja, e as mudanças pelas quais passou nos últimos anos.
A partir de agora, e nos próximos dias, publicarei, em capítulos, a história que tenta explicar esse fenômeno de anti-jornalismo.

Longo, porém esclarecedor - de certa forma. Escrito por Luis Nassif. Cliquem no link.

30 de jan. de 2008

São Paulo

Bom, a essa altura todo mundo sabe que o motivo das poucas postagens esse mês é a minha mudança para São Paulo. Por isso, nada melhor do que retomar o ritmo antigo do blog começando uma série de impressões de um gaúcho na Terra da Garoa. Vou iniciar a série com pequenos comentários sobre o que foram, literalmente, as minhas primeiras impressões daqui. Já peço desculpas antecipadas se alguma coisa aqui soar óbvia para alguns, mas eu nunca havia morado fora de Porto Alegre na minha vida. Aguardem, amanhã tem mais...   ;)

12 de jan. de 2008

Planeta Terror

Para mim, Robert Rodriguez não tem uma carreira cinematográfica tão boa assim. A melhor coisa que ele fez foi o excelente Sin City, mas daí para dizer que ele é um gênio ainda existe um abismo. Esperei ansioso esse Planeta Terror para comprovar se o diretor e roteirista de Pequenos Espiões I, II e 3D avançava na curva ascendente que parecia ter começado com o seu último longa, e infelizmente comprovei que a adaptação cinematográfica da HQ de Frank Miller foi a exceção que comprova a regra.

O objetivo do filme era ser uma metade de um longa chamado Grindhouse, feito em parceria com Quentin Tarantino. Cada segmento teria uma hora de duração e seria divido por falsos trailers de filmes que não existem, tudo para homenagear as grindhouses (salas que exibiam filmes de terror décadas atrás nos EUA). Esse formato foi lançado nos cinemas dos EUA, mas devido ao seu fraco rendimento nas bilheterias norte-americanas foi separado em dois longas, À Prova de Morte, de Tarantino, e Planeta Terror, de Rodriguez, ambos aumentados para uma hora e meia e com alguns falsos trailers no início da sessão.

Um crítico americano escreveu, quando do lançamento de Grindhouse, que ele teve a impressão de que, enquanto Tarantino filmou seu segmento como alguém que realmente freqüentou essas salas de cinema, Rodriguez filmou como alguém que apenas ouviu falar desses filmes. Não sei quanto À Prova de Morte, mas em relação a Planeta Terror a sensação que eu tive foi exatamente essa.

Gosto de filmes "B". Toscamente falando (me perdoem o trocadilho), o filme B é, antes de mais nada, tosco, com baixo orçamento, poucos recursos, atores desconhecidos e que normalmente trata de assuntos de ficção científica ou todos os gêneros do terror/horror. Graças aos parcos recursos, às vezes assistimos a grandes invenções e exercícios de estilo nessas películas. Outras vezes, o filme é tão ruim que se torna bom - estão aí os filmes do Ed Wood que não me deixam mentir. Eu mesmo tenho uma pequena "coleção" de filmes B (dentre os quais O Ataque dos Tomates Assassinos e The Gingerdead Man, tosquíssimos), portanto acredito que conheça um pouco o universo que Robert Rodriguez quis homenagear.

Pois bem, em primeiro lugar, os elogios. Planeta Terror apresenta, principalmente no seu primeiro ato, vários elementos de grindhouses que são muito bem utilizados, quase caricaturais: temos a gostosa explorada por ângulos generosos de câmera; um fiapo de história que leva ao surgimento dos "zumbis"; e as mortes cheias de sangue e gore. Além disso, a apresentação dos personagens é muito bem conduzida, particularmente a do Dr. Willian Block (Josh Brolin). Por último, existe um clima de homenagem meio humorístico que muitas vezes funciona.

Porém, Rodriguez demonstra grande falta de tato ao fazer um filme B com orçamento milionário: seu filme soa um tanto falso na maioria das vezes em que tenta dizer ao público "veja, esse é um filme B". As explosões, os efeitos especiais e todo o aparato por trás denunciam a farsa à qual estamos presenciando. Com isso, não quero dizer que o filme é bom demais para ser um exemplo B do gênero; pelo contrário, e paradoxalmente, Planeta Terror é ruim demais mesmo para um filme B, mesmo tendo orçamento, elenco e produção de um filme de Hollywood. O enredo, por exemplo. Com algums bons momentos bons aqui e ali, ele jamais consegue gerar qualquer sentimento esperado - medo, identificação com os personagens, etc. -, chegando ao cúmulo de utilizar um instrumento supostamente de "homenagem"(a perda de um rolo de filme) para solucionar buracos no roteiro. Infelizmente, nem a ótima participação de Quentin Tarantino no longa - acho que ele atuou como ele mesmo, porque ninguém me tira da cabeça que Tarantino é um maníaco - salva o filme de Robert Rodriguez.

Enfim, Rodriguez ainda precisa provar seu valor. Para filmes B de verdade, visitem esse blog, que além de contar com torrents de preciosidades que a gente não encontra em DVD, tem grande quantidade de informações sobre o tema e vários links úteis aos fãs do gênero. 

FICHA TECNICA

Planeta Terror - NOTA D

Direção: Robert Rodriguez. Com: Freddy Rodríguez, Rose McGowan, Marley Shelton, Quentin Tarantino, Bruce Willis.

10 de jan. de 2008

Rambo turco

Rambo, o filme, é bem tosco por natureza. Servindo como um reflexo das aventuras bélicas norte-americanas em outros países - principalmente para justificá-las -, essa série bem-sucedida nunca primou pela qualidade cinematográfica. Mas, como tudo na vida, as coisas podem ficar piores. Ou mais toscas.

Korkusuz, ou Rambo Turco. Eu já tinha ouvido falar desse filme, mas nunca consegui assisti-lo. Eis que topo com uma impagável seqüência do filme, que tenho que dividir com vocês. Super efeitos especiais, erros de continuidade e atuações dignas do Framboesa de Ouro. Com vocês, a versão turca do Rambo:



Explicações

Pessoas, para quem não sabe, me mudei para São Paulo. Essa notícia é para explicar o atraso nas atualizações do blog, visto que o processo de mudança se deu nos últimos dias de 2007. Depois de muitas coisas resolvidas - e umas 212 ainda não resolvidas -, finalmente consegui um tempo para postar essa pequena justificativa. Peço desculpas pelo atraso e desde já prometo que 2008 será recheado de postagens. Porém, no momento, peço um pouco de paciência, tá? Se der, ainda hoje eu posto pelo menos um vídeo...

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