5 de mar. de 2007

Rogério Skylab

Sugestão para quem não conhece: Rogério Skylab. Louco para alguns, Maluco para outros. Para mim, o cara é foda com "F" maiúsculo. O conheci como a maioria das pessoas: através do Programa do Jô, em uma das suas muitas entrevistas de dois blocos. Já tinha ouvido falar através de amigos, mas confesso que não havia me chamado a mínima atenção. Porém, ao ver sua performance e, principalmente, sua inteligência, não resisti e virei fã.

Dono de um humor absolutamente autêntico, Skylab mistura vários ritmos para colocar suas letras, hum, digamos, diferentes. Poeta como poucos, ele faz composições altamente identificáveis, nos quais mistura o lírico com o grotesco de maneira única, através de uma estética, hum, digamos, trash. Muito provavelmente é por essa maneira diferente de compor que ele não tenha estourado nas rádios. Para ter uma idéia, mesmo sendo "apenas" um ídolo no underground, existem algumas músicas suas censuradas.

Skylab já lançou sete álbuns (Fora da Grei e Skylab I ao VI). Seus planos são lançar mais quatro "Skylabs" e depois se aposentar, por achar um despropósito continuar a falar. Sinceramente, espero que ele mude de idéia. Deixo duas mostras da poesia única do cara, na letra de Naquela Noite e numa apresentação ao vivo, no Jô, de um trecho do megahit Matador de Passarinho:



Naquela Noite

Naquela noite cheia de estrelas,
Ela passava cheia de graça,
A segurei pelos cabelos
E enfiei uma porrada.
Ela gemia, ela chorava,
E a lua cheia iluminava...

Depois peguei um caco de vidro
E enterrei no seu umbigo,
Ela urrava, ela gemia,
Um passarinho batia as asas.
Um violino tocava valsa,
E a lua cheia iluminava...

Com um alicate eu retorcia
Os seus mamilos tão delicados,
Ela pedia pra que eu parasse
E eu sentia uma estranha calma.
Os vaga-lumes contracenavam
E a lua cheia iluminava...

E fui puxando fio por fio
Dos seus cabelos castanho claros,
Em cada fio que eu arrancava
Era uma lágrima, era outra lágrima.
Os arvoredos de cor de prata
A lua cheia iluminava...

E com a perícia de um obstetra
Em meio a um bosque cheio de flores
Eu extirpei de dentro dela
Um bicho horrível chamado homem,
Os passarinhos em revoada
A lua cheia iluminava...

A minha vida é essa história,
Por mais que eu pinte é sempre escura,
Pro que eu pergunto não há resposta
Mas de repente levei um susto,
Olhei pra dentro da minha alma
E a lua cheia iluminava...

3 comentários:

Rodrigo disse...

Eu também sou fã deste maluco. E também o conheci numa entrevista do Jô...

Anônimo disse...

foi no Jô a primeira vez q o vi...mas foi o Jr q me mostrou os cds e etc...
o Kra é foda...é torto de loko!!!
mas é um fato...q ele escreve bem...q é criativo...e é um artista diferenciado...trash...mas com originalidade...coisa rara e q diferencia os melhores!!!
Abraço...
Faloooooooooow.

Anônimo disse...

O blog do cara é muito legal!
www.godardcity.blogspot.com/

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