Passagens escolares, benefícios sociais, etc.
Hoje fui retirar minhas passagens escolares pela primeira vez no ano. Fui então para a nova sede de retirada de passagens do Centro, que agora está localizada na Uruguai. E que sede! Daria para jogar futebol de salão lá dentro, tamanho o espaço livre lá dentro. Na parede, três televisores sei-lá-quantas polegadas wide-screen LCD. Nos guichês, monitores 15" LCD. Dentro do saquinho de passagens, novas passagens, cor-de-rosa.
Boas as mudanças, não? Parece que o seu propósito principal tem a ver com a implantação, a partir de 2008, da TRI - Passagem Integrada em Porto Alegre. Esse programa pretende criar cartões com créditos para substituir as passagens convencionais - e o dinheiro. Ainda vai dar para pagar com din-din, mas quem escolher o cartão poderá usufruir de uma vantagem: se você pegar dois ônibus, no segundo pagará 50% do valor da passagem. Ao que parece, o emprego de cobrador não está ameaçado e os estudantes não poderão escolher entre passagens escolares convencionais e o tal cartão, terão que migrar para o sistema novo.
Até aí, tudo bem. O problema é que algumas questões ainda são nebulosas a respeito do TRI - Passagem Integrada. Uma delas diz respeito a um boato que corre por aí de que a EPTC quer limitar o uso diário de passagens por dia para estudantes, assim como o uso diário da isenção aos idosos. Isso significa que, se você é estudante e compra 50 passagens por mês, não poderia utilizar três passagens no mesmo dia. Isso quer dizer que, se a sua situação for parecida com a minha (mora num canto da cidade, estuda no outro e faz estágio - que é atrelado ao curso, veja bem - em outro), vai ter que começar a praticar exercícios por obrigação.
A questão da meia-passagem para estudantes freqüentemente é debatida por neoliberais de plantão. Os estudantes recentemente ganharam uma valiosa batalha quando da aprovação da meia-entrada em certos dias nos cinemas, teatros e outros estabelecimentos culturais. Mas é preciso estar atento para não perderem a guerra, que anda em um nível maior. Há tempos se escuta pelos cantos que os benefícios aos idosos e estudantes são um atraso para a sociedade - assim como todos os outros benefícios sociais, se quem estiver falando for a Veja. A primeira reforma da previdência já taxou os aposentados - o que é um absurdo, já que eles contribuem exatamente para terem direito a ela; logo, quando se aposentam, não há porque continuar contribuindo. As próximas reformas - tributária, universitária, a segunda previdenciária - tendem a seguir mais ou menos a mesma lógica: a retirada de benefícios sociais em prol de... de... ah, de descarregar o Estado dessas obrigações que, afinal de contas, não são dele.
Daí, quando a gente não tiver mais nenhum benefício social, vamos continuar pagando impostos altíssimos e contribuições compulsórias à la CPMF para sermos atendidos em um posto de saúde com telões de plasma que agendarão uma consulta para dois anos depois.
Boas as mudanças, não? Parece que o seu propósito principal tem a ver com a implantação, a partir de 2008, da TRI - Passagem Integrada em Porto Alegre. Esse programa pretende criar cartões com créditos para substituir as passagens convencionais - e o dinheiro. Ainda vai dar para pagar com din-din, mas quem escolher o cartão poderá usufruir de uma vantagem: se você pegar dois ônibus, no segundo pagará 50% do valor da passagem. Ao que parece, o emprego de cobrador não está ameaçado e os estudantes não poderão escolher entre passagens escolares convencionais e o tal cartão, terão que migrar para o sistema novo.
Até aí, tudo bem. O problema é que algumas questões ainda são nebulosas a respeito do TRI - Passagem Integrada. Uma delas diz respeito a um boato que corre por aí de que a EPTC quer limitar o uso diário de passagens por dia para estudantes, assim como o uso diário da isenção aos idosos. Isso significa que, se você é estudante e compra 50 passagens por mês, não poderia utilizar três passagens no mesmo dia. Isso quer dizer que, se a sua situação for parecida com a minha (mora num canto da cidade, estuda no outro e faz estágio - que é atrelado ao curso, veja bem - em outro), vai ter que começar a praticar exercícios por obrigação.
A questão da meia-passagem para estudantes freqüentemente é debatida por neoliberais de plantão. Os estudantes recentemente ganharam uma valiosa batalha quando da aprovação da meia-entrada em certos dias nos cinemas, teatros e outros estabelecimentos culturais. Mas é preciso estar atento para não perderem a guerra, que anda em um nível maior. Há tempos se escuta pelos cantos que os benefícios aos idosos e estudantes são um atraso para a sociedade - assim como todos os outros benefícios sociais, se quem estiver falando for a Veja. A primeira reforma da previdência já taxou os aposentados - o que é um absurdo, já que eles contribuem exatamente para terem direito a ela; logo, quando se aposentam, não há porque continuar contribuindo. As próximas reformas - tributária, universitária, a segunda previdenciária - tendem a seguir mais ou menos a mesma lógica: a retirada de benefícios sociais em prol de... de... ah, de descarregar o Estado dessas obrigações que, afinal de contas, não são dele.
Daí, quando a gente não tiver mais nenhum benefício social, vamos continuar pagando impostos altíssimos e contribuições compulsórias à la CPMF para sermos atendidos em um posto de saúde com telões de plasma que agendarão uma consulta para dois anos depois.
3 comentários:
Lembrei agora da questão do aumento das passagens: os donos das empresas de ônibus (que, como todos os empresários, são neoliberais de plantão) culpam as isenções pelos aumentos que já viraram tradição do mês de fevereiro aqui em Porto Alegre.
É muito fácil dizer que o problema são os direitos à meia passagem dos estudantes e as isenções aos idosos, mas eu me pergunto: e as belezas de ônibus que eles têm comprado ultimamente? É um mais desconfortável que o outro!
Isso tem sido um desestímulo a andar de ônibus, só pego para ir à faculdade porque 14 quilômetros são 14 quilômetros, não dá para ir a pé. Aí os empresários afirmam que tem menos gente andando de ônibus, tem mais despesa e precisam aumentar a passagem, e assim vai... E quem paga o pato somos nós!
To morrendo de medo disso!!!!
Se quiser dar uma olhada visita o www.tripoa.com.br o site sobre o novo sistema!
bjão, Laura
O texto tá ótimo, porém acho que não vai ser tudo isso. Quanto ao limite de passagens gasta por dia, não vai existir. Até porque, eles sairiam perdendo! -eu até diria mais, mas sei que com a passagem redusida(escolar) eles não perdem um centavo!- Quase nada vai mudar. A idéia até que é boa, mas tem muitos contras ainda.
Falando em nos ônibus, eu realmente não acho o 'meu' desconfortável. Ele é bem bom inclusive. Mas que é um absurdo é. O preço da passagem tá cada vez maior, e sabe qual o pior? Que o aumento dele, se deve ao aumento também, dos cobradores!
Mas, como o ônibus ainda é mais-do-que utilizado, eles metem o pau mesmo! Sabem que são pouquíssimas pessoas que vão párar de andar.. Como eu! Infelizmente.
abração,
Dábila
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