Repostando...
Em virtude do dia de hoje, reposto do Devaneios, o blog antigo:
Dia Internacional da Mulher
Hoje no centro vi uma mulher receber uma flor e um "Feliz Dia da Mulher". No seu rosto eu podia contemplar uma expressão de contentamento que a preenchia por completo. Naquele momento, ela se orgulhava de ser mulher. Se orgulhava de ter um dia para ela. Mas, infelizmente, também aceitava o fato de os homens terem os outros 364 dias para ele.
Existem vários meios simbólicos (o que Roger Chartier chamaria de representação) para um grupo manter o domínio sobre o outro. E é de longa data que os homens mandam e desmandam no mundo, em detrimento às mulheres. Pois é, mesmo com as mulheres atualmente ocupando um espaço até então inédito, as representações da superioridade masculina permanecem - e com elas, o sentimento masculino de superioridade e o feminino de inferioridade. E tudo se condensa na invenção do Dia Internacional da Mulher, que engana a maioria das mulheres, que se contentam com isso.
Uma das coisas mais úteis que as feministas poderiam fazer pelas mulheres era lutar para que o Dia Internacional das Mulheres fosse abolido, ao invés de comemorá-lo com flores. Isso porque esse dia representa uma licença dos homens para com as mulheres: "olha só, nós vamos comemorar um dia por ano a mulher, e daí vocês ficam quietas no canto de vocês, tá?". Basta pensar em todas as datas comemorativas que existem por aí: Dia do Índio, Dia do Negro, Dia do Orgulho Gay... Todos dias de minorias. Por que não temos um Dia Internacional do Homem Branco Heterossexual? Porque não precisa, todo dia é dia dele. O melhor jeito de acabarmos com os preconceitos é acabando com os seus símbolos. Me desculpe quem não concorda, mas esse Dia da Mulher é tão simbólico quanto o ato de, no Japão, o homem andar na frente da mulher.
Dia Internacional da Mulher
Hoje no centro vi uma mulher receber uma flor e um "Feliz Dia da Mulher". No seu rosto eu podia contemplar uma expressão de contentamento que a preenchia por completo. Naquele momento, ela se orgulhava de ser mulher. Se orgulhava de ter um dia para ela. Mas, infelizmente, também aceitava o fato de os homens terem os outros 364 dias para ele.
Existem vários meios simbólicos (o que Roger Chartier chamaria de representação) para um grupo manter o domínio sobre o outro. E é de longa data que os homens mandam e desmandam no mundo, em detrimento às mulheres. Pois é, mesmo com as mulheres atualmente ocupando um espaço até então inédito, as representações da superioridade masculina permanecem - e com elas, o sentimento masculino de superioridade e o feminino de inferioridade. E tudo se condensa na invenção do Dia Internacional da Mulher, que engana a maioria das mulheres, que se contentam com isso.
Uma das coisas mais úteis que as feministas poderiam fazer pelas mulheres era lutar para que o Dia Internacional das Mulheres fosse abolido, ao invés de comemorá-lo com flores. Isso porque esse dia representa uma licença dos homens para com as mulheres: "olha só, nós vamos comemorar um dia por ano a mulher, e daí vocês ficam quietas no canto de vocês, tá?". Basta pensar em todas as datas comemorativas que existem por aí: Dia do Índio, Dia do Negro, Dia do Orgulho Gay... Todos dias de minorias. Por que não temos um Dia Internacional do Homem Branco Heterossexual? Porque não precisa, todo dia é dia dele. O melhor jeito de acabarmos com os preconceitos é acabando com os seus símbolos. Me desculpe quem não concorda, mas esse Dia da Mulher é tão simbólico quanto o ato de, no Japão, o homem andar na frente da mulher.
Um comentário:
Eu até já havia citado esse post do ano passado sobre o Dia da Mulher, quando falei sobre a "solidariedade natalina" em dezembro passado: no resto do ano a maioria das pessoas é totalmente individualista.
E é bem como tu disse: 8 de março é das mulheres, e os outros 364 dias do ano são dos homens. O dia 12 de outubro é das crianças, e todos os outros dias, dos adultos; o 20 de novembro é dedicado aos negros e o resto do ano, aos brancos; o 5 de junho é dedicado ao meio ambiente, e os outros 364 dias, à sua destruição. E por aí vai...
Abraços
Postar um comentário