29 de dez. de 2009

Os bidus do futebol

Postagem nova lá no Imparciais, quase na finaleira do ano. Vai lá.

24 de dez. de 2009

Dance, monkeys, dance!

Por Ernest Cline, um bonitinho vídeo:

22 de dez. de 2009

Coisas da publicidade

Microsoft se desculpa por trocar negro por branco em cartaz.

A Microsoft teve de se desculpar por ter trocado, em um cartaz promocional da empresa na Polônia, a imagem de um homem negro por um branco. Na propaganda que foi ao ar nos Estados Unidos, há três pessoas em volta de uma mesa de reuniões - uma mulher branca e dois homens, um negro e um oriental. Quando o comercial foi veiculado na Polônia, porém, a empresa decidiu substituir o negro pelo branco por meio de uma montagem.

Mais no link acima.

27 de nov. de 2009

Dubai

Se vocês não leram esta postagem ou não estavam a par de certos acontecimentos em Dubai, a notícia de que a empresa de investimentos estatal de Dubai, a Dubai World, está ameaçando dar um calote de quase US$ 60 bilhões deve tê-los pegado de surpresa. Pois é, esse tipo de notícia (não a mais recente, mas as que davam conta de que Dubai não era aquela maravilha que muita gente falava) não é dada antes na grande mídia por vários motivos, aí depois alguma coisa estoura e todo mundo fica tentando achar o por quê.

Que isso sirva de lição para quem tomava Dubai como um exemplo a ser seguido - ou admirado, já que o nosso país não tem capacidade de se tornar um de tamanho porte; afinal, nem tudo que reluz é ouro.

26 de nov. de 2009

Criacionismo e ateísmo, por Ricky Gervais

Ricky Gervais é um homem multitarefas do showbizz inglês. Talvez a obra que mais o destacou tenha sido a série original The Office. Ateu, aqui, em um show de stand-up comedy, ele fala um pouco sobre o criacionismo.




Na sequência, uma grande declaração sobre o fato de ele ser ateu. Faço minhas as suas palavras.

18 de nov. de 2009

Deus é fiel

Texto que saiu na Folha de São Paulo do dia 12/11:

Deus é fiel
CLÁUDIO GUIMARÃES DOS SANTOS

EIS UMA frase que vemos, atualmente, estampada por toda a parte: dos gigantescos outdoors aos vidros dos automóveis, sem falar dos templos, das traseiras de caminhões e das faixas ostentadas nas passeatas pop-evangélicas.
Num outro momento e lugar, esse fato talvez não merecesse maiores considerações. Afinal, fanatismo religioso e proselitismo exagerado sempre houve neste "mundo de meu Deus", e por sua causa já muito se matou e se morreu.
Todavia, não podemos esquecer que é de um "ungido" Brasil pré-eleitoral que estamos falando, ele mesmo situado numa América Latina "consagrada" a líderes messiânicos que se creem mais do que deuses.
E, se apenas alguns deles ousam ser tão blasfemos a ponto de se compararem ao próprio Cristo, todos eles, sem exceção, desejam ver os seus mandatos religiosamente prorrogados "até o final dos tempos". Ou, se tal não for possível, devido às manobras da "maligna" oposição, esperam ao menos passar a faixa presidencial para o discípulo ou a discípula mais amada, na esperança de que, em breve, possam voltar -ressuscitados- ao poder que idolatram de forma luciferina.
Cabe-nos, portanto, investigar, ainda que brevemente, o que diabos significa dizer que Deus é fiel. Em primeiro lugar, não deixa de ser notável que, num mundo onde a infidelidade sempre foi a regra dominante (se é que desejamos ser fiéis à verdade), se procure atribuir a Deus, com especial relevância, não a qualidade de ser bondoso ou justo, mas a de ser fiel. E isso precisamente numa época em que reina a publicidade -a "sacerdotisa-mor" da mentira, a "deusa-mãe" do engodo- e na qual amigo trai amigo, os sacerdotes traem os seus rebanhos, os políticos os seus eleitores, os comerciantes os seus clientes etc.
Não seria isso, talvez, algum tipo de "projeção compensadora", semelhante às discutidas por Freud, Marx, Nietzsche e Feuerbach, que visaria, ao jogar toda a luz sobre a divina perfeição, ocultar nas sombras a podridão humana?
Por outro lado, quando dizemos que Deus é fiel -supondo que saibamos, na teoria e na prática, o que é fidelidade-, na mesma hora nos vem à mente uma questão: a quem, nesse caso, seria Ele fiel?
Aos católicos que trucidaram protestantes ou aos protestantes que trucidaram católicos? Aos nazistas que assassinaram judeus nos campos de concentração ou aos israelenses que supliciam palestinos nos campos de refugiados? Aos muçulmanos que mataram "ocidentais" no 11 de Setembro ou aos "ocidentais" que massacram muçulmanos no Iraque e no Afeganistão? A Stálin, Pol Pot e Mao, que eliminaram dissidentes como matamos mosquitos, ou a Hitler, Mussolini e Franco, com suas terríveis atrocidades? Aos corintianos que esfolam palmeirenses (e vice-versa) ou aos cronistas esportivos que, por maldade ou ignorância, estimulam a violência nos estádios?
Infelizmente, se examinarmos as coisas como de fato se apresentam -tendo a história como suprema corte, como dizia Hegel- e não com os benevolentes olhos do "outro mundo", forçoso será concluir que o Pai Eterno se mostra bem mais fiel aos que esbanjam dinheiro nos shoppings de luxo do que às crianças que se acabam nos semáforos da Pauliceia; aos que erguem as odiosas barreiras transnacionais do que aos migrantes de todas as latitudes que não se cansam de tentar atravessá-las; aos malandros que vendem a salvação neste ou n'outro mundo do que aos crédulos que tolamente a compram; enfim, aos malvados, desonestos e egoístas do que aos bons, corretos e solidários.
Eu, que não sou teólogo, ouso crer, piedosamente, que Deus -se é que Ele existe- não é fiel a mortal algum, mas unicamente a Si mesmo, à Sua inextrincável complexidade, à Sua silenciosa incompreensibilidade, à Sua incognoscível natureza (incognoscível, quem sabe, até para Ele).
O que nos resta, a nós mortais, se formos lúcidos, é o enfrentamento cotidiano da terrível solidão desses espaços infinitos, que tanto assustavam Pascal, e dos quais provavelmente não virá resposta alguma, sobretudo se as perguntas forem feitas por pseudossacerdotes ou por políticos de ego inflado.
O que precisamos, no fim das contas, é ter coragem para lutar contra a tendência universal da humanidade a se curvar e a obedecer, que é muitíssimo maior do que qualquer eventual vontade de autonomia. Por causa dessa tendência, uns poucos "lobos" espertalhões são capazes de pastorear rebanhos gigantescos de "carneirinhos humanos", que se prostram agradecidos ao jugo do chicote, sempre contentes e -claro- fidelíssimos.

CLÁUDIO GUIMARÃES DOS SANTOS , 49, médico, psicoterapeuta e neurocientista, é escritor, artista plástico, mestre em artes pela ECA-USP e doutor em linguística pela Universidade de Toulouse-Le Mirail (França).

13 de nov. de 2009

A moça, a saia, a faculdade

Recebi o texto a seguir por e-mail. É de autoria do Flávio Gomes, jornalista (comentarista esportivo, principalmente) do qual gosto bastante (acompanho o trabalho dele na ESPN). É daqueles textos que falam tudo sobre um determinado assunto. Sem mais, fiquem com ele.

Fiz faculdade entre 1982 e 1985. Faculdade de riquinho, FAAP. Não havia sinal de movimento estudantil ali. Na verdade, com o fim da ditadura, a eleição de Tancredo e a perspectiva de diretas em 1989, o movimento estudantil se enfraqueceu e, sendo bem sincero, foi sumindo aos poucos. Minha atividade mais próxima da subversão foi vender sanduíches naturais para arrecadar dinheiro para uma festa das Diretas.

Hoje, as entidades representativas dos estudantes servem para emitir carteirinhas para a turba pagar meia-entrada em shows e no cinema. Sem um inimigo claro, que no caso das gerações imediatamente anteriores à minha era o governo militar, ficamos sem ter do que reclamar. Porque, no fundo, por conta da politização desses movimentos todos, a questão educacional foi colocada de lado por muitos anos, e deixou de ser prioridade.

Já como repórter, cheguei a cobrir algumas confusões na USP na segunda metade dos anos 80. Sem querer simplificar demais, mas recorrendo ao que minha memória me permite lembrar, o tema central era o aumento do preço do bandejão nos refeitórios da universidade. Deu greve e tudo. Muito pouco. Ainda mais porque, como se sabe, boa parte dos que conseguem chegar à USP vêm de escolas particulares, e o preço do bandejão não chegava a afetar seriamente o orçamento de ninguém.

O caso dessa moça de minissaia da Uniban poderia ser um bom motivo para despertar algum tipo de reação na molecada. De repúdio aos que ofenderam a menina, de reflexão sobre os rumos da universidade, de protesto contra sua expulsão, de perplexidade com o recuo da reitoria por razões obviamente mercantis.

Reitoria… Era palavra respeitada, antigamente. Hoje, os reitores dessas espeluncas mal falam português. A transformação do ambiente universitário em quitandas que vendem diplomas é assustadora. E os estudantes são coniventes. Não exigem ensino de qualidade, compromisso com a educação, porra nenhuma. Querem se formar logo, se possível pagando pouco, e dane-se o mundo.

Fico espantado ao observar como pensa e age essa juventude urbana entre 20 e 25 anos. São fascistóides, hedonistas, individualistas, retardados ao cubo. Basta ver o perfil da menina da minissaia no Orkut. Uma completa debilóide, mas nada diferente, tenho certeza, de seus colegas de faculdade (vejam as “comunidades” às quais ela pertence; coisas como “Gosto de causar, e daí?”, “Sou loira sim, quem me aguenta?”, “Para de falar e me beija logo”, coisas do tipo). O que, evidentemente, não dá a ninguém o direito de fazer o que fizeram com ela. Até porque são todos iguais, idênticos, tontos, despreparados, sem noção.

Aí a Uniban expulsa a menina, dizendo que os alunos que a chamavam de “puta” e queriam bater na coitada estavam “defendendo o ambiente escolar”. Puta que pariu! Como é que pode? Como podem adultos, “educadores”, que teoricamente têm um pouco mais de neurônios em funcionamento, reduzirem a questão a isso? E criticarem a menina porque ela se veste assim ou assado, anda rebolando, “se insinua”?

Pior: muitos, mas muitos mesmo, alunos defenderam a expulsão. Acham que a menina é uma vagabunda que provoca os colegas. Bando de animais, intolerantes, sádicos, hostis, agressivos. Eu nunca deixaria um filho meu estudar numa universidade frequentada por esse tipo de gente e dirigida por cretinos do naipe dos que assinaram a expulsão e, depois, revogaram-na sem revelar o motivo — aquele que nunca será admitido, o prejuízo à imagem dessa porcaria de empresa, sim, empresa, e das mais lucrativas, porque chamar um negócio desses de “universidade” é desmoralizar a palavra.

O Brasil está fodido com essas gerações que vêm por aí. Um caso desses, que poderia trazer à tona discussões importantes sobre o comportamento dos jovens, suas angústias, seus rumos, resume-se ao tamanho da saia da moça e ao seu comportamento “inadequado”, seja lá o que for isso. A educação, neste país, tem sido negligenciada de forma criminosa há décadas. O governo poderia começar a limpar a área por essas fábricas de diploma, que surgem aos montes sem que ninguém se preocupe com o tipo de gente que está à frente delas.

O que se vê hoje, graças a essas faculdades privadas de esquina, sem história e princípios, é uma população cada vez maior de “nível superior” sem nível algum. Um desastre completo. Gente que não pensa, não argumenta, não lê, não raciocina coletivamente, se comporta como gado raivoso, passa o dia punhetando no Orkut e no MSN, escreve “aki”, “facu”, “xurras”, “naum”, “huahsuahsua”, um bando de tontos desperdiçando os melhores anos de suas vida com uma existência vazia, um vácuo intelectual, sob o olhar perplexo de gerações, como a minha, que um dia sonharam em fazer um mundo melhor e, definitivamente, não conseguiram.

Somos todos culpados, no fim. Me incluo.

O King Size do Rio de Janeiro

Como diria a Regina Duarte, eu tenho medo.


12 de nov. de 2009

Músicas do ano: Black - Pearl Jam

E começa mais uma série daquelas que não vou terminar; chama-se "Músicas do ano", e será uma espécie de retrospectiva das músicas que eu mais escutei no ano, sem ordem cronológica muito definida, até porque o ano ainda não acabou e eu escutei muitas delas ao longo do ano todo. Para começar, acho que nada melhor do que uma do Pearl Jam: Black.

Se eu pudesse dar um só motivo para gostar de Pearl Jam, acho que seria essa música. Fazendo parte do Ten, o primeiro álbum dos caras, ela tem peso, leveza e sensibilidade na medida certa, acompanhada de uma das melhores letras deles - e olha que tem letra boa nessa discografia. Escolhi o vídeo a seguir para postar aqui por dois motivos: o primeiro é porque tem uma tradução muito boa da letra, e o segundo é porque é de um show muito bom do PJ, na época do lançamento do segundo álbum, Vs..

Them Crooked Vultures - OUT

O Them Crooked Vultures colocou na internet todas as músicas do seu primeiro álbum, homônimo, que será lançado na segunda-feira. O endereço é este aqui, e nos vídeos relacionados tu pode ouvir todo o álbum.

Ainda não escutei tudo, mas gostei do que escutei até agora. Assim que tiver um, digamos, embasamento melhor, eu posto aqui as minhas impressões.

Fiquem com New Fang, terceira faixa do álbum.

Mais Imparciais

Mas é fato que a Globo se acovardou em comentar o acontecido. Logo depois, no Jornal da Globo, várias reportagens sobre o "apagão" de terça-feira, como ele fez mal para o Brasil, como a explicação do governo deve ter sido uma desculpa esfarrapada e como a Dilma deve ter a ver com isso. Mas nada sobre a OPERAÇÃO no Sport. Bem do jeito Globo de fazer jornalismo.

Nova postagem lá no Imparciais, clique aqui.

11 de nov. de 2009

A vida sobre contole

Por essas e outras que eu acho curioso quando alguém diz "eu gosto de ter/quero ter controle sobre a minha vida". Como?

Baita texto do André, parceiro de Imparciais, no Cataclisma 14. Leia aqui.

10 de nov. de 2009

Esqueci de avisar...

...que tem postagem nova no Imparciais!

Já disse que o Dahmer é foda?

28 de out. de 2009

Como motivar uma equipe (ou como fazer jornalismo de merda)

O Inter não é mais o favorito para ganhar o Campeonato Brasileiro há algum tempo, e por culpa dele mesmo. Esse mimimi a respeito da suposta "dúvida" em relação à qualidade da equipe não vem de um preconceito do centro do país, vem dos resultados pífios que a equipe vem colhendo ao longo dos últimos meses e das arrancadas de outros times.

Coluna nova no Imparciais. Clica aqui e vai.

23 de out. de 2009

Coisas que influenciam a Humanidade (pelo menos a minha)

SEMPRE que eu ando na rua calçando tênis, o cadarço se desamarra com facilidade. Tenho que amarrá-los duplamente para evitar que isso aconteça. Pergunta:

- Seria por causa do meu jeito de caminhar?

- Seria por causa da confecção moderna dos cadarços, feitos de um material porcaria que não fica preso com apenas um nó?

- Seria pela minha inabilidade em conseguir amarrar um cadarço como uma pessoa normal?

Criacionistas, agora eles estão vindo pegar suas crianças

Imagine que você é um professor de História Romana ou de Latim, ansioso para transmitir o seu entusiasmo pela Antiguidade Clássica – pelas elegias de Ovídio e pelas odes de Horácio, pela vigorosa economia da gramática latina como exibida na oratória de Cícero, as belezas estratégicas das Guerras Púnicas, o gênio estratégico de Júlio César e os excessos voluptuosos dos últimos imperadores.

Este seria um grande empreendimento que tomaria muito tempo, concentração e dedicação. Ainda assim você encontraria o seu tempo continuamente prejudicado, a atenção da sua classe distraída, pelos latidos de uma matilha de ignoramuses (que como professor de latim você entenderia que seria o jeito certo de declinar ignorami) [1] que, com apoio político e especialmente financeiro, espalham aos quatro ventos que os romanos nunca existiram. Que nunca houve um Império Romano. Que o mundo inteiro veio a existir apenas um pouco antes do tempo de que temos memória. Que o espanhol, o italiano, o francês, o português, o catalão, o ocittânico e o romanche, todas essas línguas e os dialetos que as constituem surgiram espontânea e separadamente, e que nada devem a um ancestral chamado latim.

Ao invés de devotar toda a sua atenção para a nobre vocação de ser um erudito e professor, você é obrigado a investir parte do seu tempo e energia para a retrógrada defesa do pressuposto de que os romanos realmente existiram: uma defesa contra a exibição de um preconceito ignóbil que poderia fazê-lo chorar caso você não estivesse tão ocupado lutando contra ele.

Se a minha analogia sobre o Professor de Latim lhe pareceu por demais irreal, aqui está um exemplo mais realista. Imagine-se um professor de história mais recente, e que as suas lições sobre a Europa do Século XX são boicotadas, impedidas ou interrompidas de outra forma por grupos bem organizados e bem financiados assim como grupos políticos musculosos de negadores do holocausto. Diferente dos meus improváveis negadores do Império Romano, os negadores do Holocausto realmente existem. Eles se expõem razoavelmente, são superficialmente preparados e adeptos do aprendizado aparente[2]. Eles recebem apoio do presidente de pelo menos um grande estado atual, e contam com o apoio de pelo menos um bispo da Igreja Católica. Imagine que, como professor de História da Europa, você é continuamente encarado com exigências beligerantes tais como a de “ensinar a controvérsia” e a dar “tempos iguais” para a “teoria alternativa” de que o Holocausto nunca aconteceu e que foi inventado por um bando de farsários sionistas.

Os adeptos da moda do relativismo intelectual seguem o rastro afirmando que não existe verdade absoluta: que acreditar que o Holocausto aconteceu ou não é uma questão de crença pessoal, que ambos os pontos de vista são igualmente válidos e, portanto, devem ser igualmente “respeitados”.

Este é apenas o início de mais um grande texto de Richard Dawkins, sobre o mesmo assunto de duas postagens atrás. É grande, mas vale muito a pena ler tudo.

Comentários

Os comentários voltaram. Espero que dê certo agora. Torçamos...

A Origem da Estupidez

2009 está sendo comemorado como o "ano de Darwin", graças aos 200 anos de seu nascimento e aos 150 anos da publicação de "A Origem das Espécies", talvez o livro que tenha impactado de maneira mais definitiva o pensamento humano a partir do século XIX. Marx e Engels, por exemplo, que homenagearam Darwin em suas obras ("O Capital" e "Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem", respectivamente), impactaram o mundo também, particularmente durante o século XX. Sigmund Freud, em "A Interpretação dos Sonhos", também causou uma revolução de ordem mundial ao promover suas ideias que fundariam a psicologia analítica. Porém, se ainda hoje acompanhamos discussões acerca de temas/obras de Marx/Engels e Freud, nenhum tema ou autor causa mais discussão - e tem mais potencial "revolucionário", eu diria - do que os que "A Origem das Espécies" implica.

Nos EUA, uma guerra nada silenciosa está sendo travada há um bom tempo entre ateus e criacionistas pelo que pode ser ensinado nas escolas norteamericanas, particularmente nas aulas de História e Biologia. Resumidamente, os ateus - e cientistas em geral - querem que apenas a Teoria da Evolução seja ensinada nas escolas, juntamente com a Pré-História - ambas ancoradas por métodos científicos, os mesmos utilizados na produção das matérias dadas em Matemática, Química, Física, etc. Já os criacionistas exigem que seja ensinado o Criacionismo, vertente NADA científica que acredita que Deus criou o universo em sete dias e há cerca de seis mil anos (mais precisamente, no ano de 4004 a.C.).

Veja bem, a questão não é ensinar o Criacionismo nas aulas de Religião - o que deveria ser o seu lugar (na minha opinião, nem deveria ser ali, mas...). É ensiná-lo nas aulas de Biologia e História, subvertendo completamente teorias científicas e fatos comprovados cientificamente para que UMA das MUITAS versões religiosas sobre a criação do mundo seja ensinada.

Talvez não sintamos tanto isso aqui no Brasil, país eminentemente católico e de uma passividade e tolerância religiosas que beiram a preguiça - no melhor dos sentidos, certo? Errado. Em 2004, a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, tentou implementar aulas de religião criacionistas nas escolas da rede pública do estado, mas o projeto não vingou (graças a Deus?). Mas em várias escolas particulares, as coisas estão piores. Várias escolas no Brasil já fazem isso, ou no mínimo ensinam a Teoria da Evolução E o Criacionismo, lado a lado, nas aulas de Biologia. E não são escolas quaisquer; tratam-se de escolas do calibre do Colégio Presbiteriano Mackenzie e do Colégio Batista Brasileiro, ambas de São Paulo.

A postagem já está ficando longa e outro dia eu escrevo mais sobre as implicações que uma barbaridade dessa tem para a humanidade em geral, apesar de ter certeza que os poucos leitores deste blog já devem saber. O que eu queria falar realmente é que, no dia 19 de novembro, criacionistas distribuirão cópias de "A Origem das Espécies" nos EUA com um prefácio de 50 páginas com bullshits religiosas. Saibam mais no vídeo a seguir e leia mais aqui:

“A autora do vídeo é uma romena chamada Cristina. Ela critica a iniciativa de Kirk Cameron e Ray Comfort de distribuir exemplares de “A Origem das Espécies”, de Darwin, com uma introdução de 50 páginas, expondo a visão dos criacionistas sobre o assunto”.


13 de out. de 2009

Novo fenômeno?

Se dá pra dizer que [REC] foi um novo Bruxa de Blair, parece que já fizeram o novo [REC]. Trata-se de Paranormal Activity, filme do estreante Oren Peli, que foi exibido pela primeira vez em 2007, no festival de filmes de terror Screamfest. Nesse e em outros festivais especializados, o filme surpreendeu positivamente a plateia, e o boca-a-boca gerado fez com que a Paramount decidisse distribui-lo, em circuito limitado, nos EUA. O lançamento do filme foi neste fim de semana, e ele ocupou o quinto lugar nas bilheterias, com 8,28 milhões de dólares. Considerando que o filme foi lançado em apenas 160 salas (com uma impressionante média de 44 mil dólares/sala!) e custou apenas 15 mil dólares, ele tem grandes chances de bater o recorde de Bruxa de Blair como filme mais lucrativo da história.

O filme conta a história de um casal que recém se muda para uma casa em que coisas suspeitas acontecem, o que os leva a colocar câmeras para vigiar o ambiente e descobrir se trata-se de uma casa mal-assombrada.

Além de utilizar a câmera em primeira pessoa (assim como Bruxa de Blair e [REC]), Paranormal Activity ainda guarda mais uma semelhança com eles: o seu marketing. Nos EUA está rolando uma campanha para que mais cinemas passem o filme, o que obviamente aumenta o boca-a-boca e o disse-me-disse em torno dele. Mas o que mais me chamou a atenção foi um dos trailers do filme, utilizando a mesma ideia usada em [REC]: filmar as reações da plateia. O resultado vocês veem abaixo:



Será que todo esse hype se justifica? É o que veremos a partir de 4 de dezembro, quando ele deve estrear por aqui.

25 de set. de 2009

Erros e roubos

Está cada vez mais difícil assistir futebol sem pensar em teorias da conspiração beneficiando um time ou prejudicando outro - principalmente no Brasil.

Saiu coluna nova no Imparciais! Clica aqui e lê.

New Super Mario Bros. Wii

Só pra compartilhar com vocês a expectativa pelo dia 15 de novembro, quando será lançado o mais novo jogo do Mário (sim, aquele...) para o Nintendo Wii. Trata-se do New Super Mario Bros. Wii, que terá suporte para quatro jogadores simultâneos e a volta de Yoshi, o dinossaurinho que fez sua estreia lá no Super Mario World do SNES. Se a versão de DS já era ótima - para muitos, é considerado o melhor jogo da plataforma -, imaginem essa para Wii.



Agora é esperar...

22 de set. de 2009

Power Trio

Há algumas semanas, foi anunciada uma nova banda por aí, na verdade uma superbanda: Them Crooked Vultures, formada por Dave Ghrol, ex-Nirvana e atual Foo Fighters, na bateria, Josh Homme, do Queens of The Stone Age, na guitarra e vocal, e John Paul Jones, o ex-Led Zeppelin, no baixo e nos teclados. O que esperar? Algo melhor que o Nove Mil Anjos, no mínimo. Falando sério, é de se esperar um pouco de "ação" na cena do rock mundial, que anda tão em baixa nos últimos tempos. Não há muito o que falar, porque até agora não foi mostrada muita coisa. Temos, oficialmente, apenas alguns teasers na Internet. É com um deles que eu encerro esta postagem, cheio de expectativa:

18 de set. de 2009

17 de set. de 2009

Música do dia

Smashing Pumpkins - Perfect

Contando com grande melodia e letra (como sempre, tratando-se de Billy Corgan), Perfect faz parte do álbum Adore (do qual nem gosto tanto dentro da discografia da banda) e lembra um pouco 1979, outra grande canção da banda, tanto na música quanto no videoclipe - aliás, uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos. Fiquem com o clipe e a letra:



I know we're just like old friends
We just can't pretend
That lovers make amends
We are reasons so unreal
We can't help but feel that something has been lost

But please you know you're just like me
Next time I promise we'll be perfect
Perfect
Perfect strangers down the line
Lovers out of time
Memories unwind

So far I still know who you are
But now I wonder who I was...

Angel, you know it's not the end
We'll always be good friends
But the letters have been sent on

So please, you always were so free
You'll see, I promise we'll be perfect
Perfect strangers when we meet
Strangers on the street
Lovers while we sleep

Perfect
You know this has to be
We always we're so free
We promised that we'd be
Perfect
Perfect
Perfect

14 de set. de 2009

Roger Federer, um gênio

Estava comentando com um amigo um dia desses que quem nasceu no início da década de 80, como nós, o fez numa época abençoada para ver os melhores, os verdadeiros gênios de cada esporte. Curiosamente, só não conseguimos assistir o melhor de todos no futebol (nosso esporte favorito), o rei Pelé. Porém, em vários outros esportes, conseguimos acompanhar boa parte da carreira (se não toda) de pessoas que elevaram o nível dos esportes que praticam ou praticaram a um outro patamar, quase sobre-humano: na F-1, Michael Schumacher; no basquete, Michael Jordan; no boxe, Mike Tyson, só para dar alguns exemplos.

Mas o caso que eu quero abordar aqui é do suíço Roger Federer, melhor jogador de tênis de todos os tempos. Normalmente esse título só é dado depois que o jogador se aposenta, às vezes anos depois, ainda mais no tênis - e ainda mais no tênis atual, cheio de grandes jogadores. Só que chamá-lo de grande jogador é pouco, perto dos títulos que ele vence, dos recordes que ele acumula e das jogadas que enchem os olhos de todos. No último fim de semana, uma jogada resumiu tudo o que pode ser dito a respeito desse monstro das quadras.

Semifinal do US Open, um dos torneios do Grand Slam, contra o sérvio Novak Djokovic, um dos maiores tenistas do mundo. Jogo tenso, Federer vencia por dois sets a zero, mas ambos vencidos com dificuldade. O terceiro set estava 6/5 para o suíço, que ainda vencia por 0-30 o game atual. Ou seja, se fizesse mais um ponto ficaria com três match points. seguidos Ponto decisivo, não havia espaço para erros.

Djokovic faz tudo certo, como ótimo jogador que é; saca forte, depois coloca a bola na diagonal no fundo, dificultando a devolução de Federer. Ao receber novamente a bola, dá uma largadinha para matar o adversário. O suíço corre para a rede e devolve a bola como dá, ao que o sérvio a coloca com estilo, por cobertura, para matar o ponto. Eis que o gênio entra em ação...



Uma pintura! E a cara do Djokovic aos 44 segundos diz tudo...

Play Lasier Martins Off, Keyboard Cat!

Um clássico, revisitado pelo Keyboard Cat. E sempre engraçado.

11 de set. de 2009

Dois motivos para gostar do Dahmer

Primeiro: suas tirinhas geniais:


Segundo: suas crônicas poéticas (ou poesias crônicas?):

Monumento a um jovem monolito

Aos completar trinta anos, você ganhará os olhos duros dos sobreviventes. Só verá sua amada na parte da manhã e da noite, só encontrará seus pais de vinte em vinte dias. E quando seus velhos morrerem, você ganhará um dia de folga para soluçar e gritar que deveria ter ficado mais próximo deles. Sorria, você é um jovem monolito e a vida vai ser pedrada. O trabalho é uma grande cadeia e você sentirá muito alívio por ter uma. A cadeia engrandece o homem. E o sangue do dinheiro tem poder. Reze. Reze ajoelhado por uma carreira, dê a sua vida por ela. Viva como todo mundo vive, você não é melhor que ninguém. Porque o dinheiro move montanhas, o dinheiro é a igreja que lhe dará o céu. Sorria, você é um jovem monolito e o mundo é uma pedreira. Eles irão moer você todinho. De brinde, muitos domingos para chorar sua falta de tempo ou operar uma tendinite. Nas terríveis noites de domingo, beba. Beba para conseguir dormir e abraçar mais uma monstruosa segunda-feira. Aquela segunda-feira que deixa cacetes moles e xoxotas secas para sempre. A vida é uma grande seca, mas ninguém sente calor: Nas salas refrigeradas, seus colegas de trabalho fabricam informação e, frios, sonham com o dia dez do próximo mês. Você é o Babaca do Dia Dez, não há como mudar o seu próprio destino. Babaca que acorda assustado, porque ninguém deve atrasar mais de vinte e cinco minutos. Eles descontam em folha e você é refém da folha, do salário, do medo. Ninguém tem o direito de ser feliz, mas você ganhará a sua esmola de seis feriados por ano. E todos nós vamos enfrentar, juntos, um imenso engarrafamento até a praia. Para fingir que ainda estamos vivos. Para mostrar que ainda somos capazes de sentir prazer. Para tomar um porre de caipirinha sentado em uma cadeirinha de praia. É uma grande solução. E você ainda ganhará quinze dias de férias para consertar a persiana, pagar contas, fazer uma bateria de exames. Ninguém quer morrer do coração, ninguém quer viver de coração. Eu não duvido da sua capacidade de vencer: Lembre disso no primeiro divórcio, no primeiro infarto, no primeiro AVC.

Mais por aqui.

Saramago, sobre o Twitter

O senhor acompanha o fenômeno do Twitter? Acredita que a concisão de se expressar em 140 caracteres tem algum valor? Já pensou em abrir uma conta no site?

SARAMAGO: Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.

* Entrevista concedida ao jornal O Globo.

Tempos de Internet

A Internet, quando surgiu, parecia ser a revolução - ou o instrumento para ela - que todos estavam esperando: haveria informação livre, sem a intermediação de grandes meios de comunicação, em um canal onde qualquer um poderia ser leitor e/ou produtor de conteúdo. Para os mais esperançosos - e radicais - não se poderia mais inventar ou manipular notícias, pois as pessoas "reais", que seriam os personagens dessas notícias, poderiam dar as suas versões supostamente verdadeiras para os fatos. Isso sem contar com a não-obrigatoriedade de assistir a apenas meia dúzia de canais com notícias.

Pois bem, menos de duas décadas depois da disseminação da Internet, as coisas não estão tão maravilhosas assim: as notícias na rede são monopolizadas por meia dúzia de megaportais, os governos estão tentando limitar o uso/produção de conteúdo (alguns, como a China, já conseguiram) e as grandes corporações tentam censurar as opiniões pessoais de seus funcionários dentro das diversas redes sociais existentes.

A última notícia nesse sentido foi a de a Rede Globo teria restringido o uso das mídias socias por seus contratados. A notícia é esta e está aqui:

Estão proibidos, por exemplo, “a divulgação ou comentários sobre temas direta ou indiretamente relacionados às atividades ligadas à Globo; ao mercado de mídia ou qualquer outra informação e conteúdo obtidos em razão do relacionamento com a Globo”.

A emissora endureceu também noutro ponto: só com autorização da Globo seus contratados poderão ter blog, twitter etc. vinculados a outros veículos de comunicação.

Segundo a Globo, o objetivo é proteger seus “conteúdos da exploração indevida por terceiros, assim como preservar seus princípios e valores”.

Provavelmente ainda veremos, por alguns bons anos, valores pré-internet combatendo os novos valores advindos das novas relações que a internet proporciona no mundo inteiro. Quem vai vencer essa guerra? Ninguém sabe. Só sei que o futuro está mais nebuloso do que eu gostaria de vislumbrar.

Eu não estou interessado em nenhuma teoria

Aproveitando a onda (já meio tardia) do sumiço-aparição que o Fantástico montou nas últimas semanas, uma letra do Belchior que compartilha muito com a minha visão de mundo. O cara é foda.

ALUCINAÇÃO

eu não estou interessado em nenhuma teoria
em nenhuma fantasia nem no algo mais
longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia
amar e mudar as coisas me interessa mais
muito mais...me interessa

eu não estou interessado em nenhuma teoria
nessas coisas do oriente, romances astrais
minha alucinação é suportar o dia-a-dia
meu delírio é a experiência com coisas reais

um preto, um pobre,
um estudante, uma mulher sozinha
blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais
garotas dentro da noite...revólver:"cheira cachorro"
os humilhados do parque com os seus jornais
me interessam
amar e mudar as coisas me interessa mais

um corpo cai do oitavo andar
a solidão das pessoas nessas capitais
a violência da noite...o movimento do tráfego
amar e mudar...amar e mudar
amar e mudar as coisas me interessa mais

eu não estou interessado em nenhuma teoria
em nenhuma fantasia nem no algo mais
longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia

amar e mudar as coisas me interessa mais

Em seguida, a versão mais conhecida dessa música pela minha geração, com os Engenheiros do Hawaii:

9 de set. de 2009

Brancos

Meus cabelos alvos
miram minha solidão.

4 de set. de 2009

Entrevista com Andre Dahmer

3 de set. de 2009

Frase do dia

“A maior sabedoria que existe é a de conhecer-se.”
(Galileo Galilei)

Cachorro-tartaruga

Eu não consigo parar de ver esses vídeos com caracteres chineses do Youtube...

2 de set. de 2009

Laissez faire

Todo ser humano é falho e contraditório. A coisa mais sublime que se pode alcançar, nesse sentido, não é tentar ser perfeito (ninguém o será); é, de um lado, saber perdoar as falhas e contradições alheias e, do outro, conseguir reconhecer as próprias falhas e contradições e tentar não cometê-las novamente.

C***lho!!!

Sem nenhum livro no currículo, o senador Fernando Collor de Melo (PTB-AL) deve ser eleito o novo imortal da Academia Alagoana de Letras (AAL) nesta quarta-feira (2). O ex-presidente aparece como candidato único à cadeira 20, que tem como patrono Augusto de Oliveira. A vaga era ocupada pelo então presidente da AAL, Ib Gatto Falcão, que morreu em dezembro de 2008.

Para ler mais sobre essa notícia nonsense, clique aqui.

30 de ago. de 2009

Mais novo trampo

O show é surpreendente, principalmente por dois motivos: a qualidade das canções ao vivo, com a riqueza dos seus arranjos e a interpretação da cantora, e o bom humor de suas intervenções entre as canções.

Extraído da minha resenha do show da Fernanda Takai, ontem, no Teatro do Bourbon Country, para o totalmente excelente Poa Show, a convite do grande parceiro Marcel Bittencourt. Adorei a experiência e espero fazer mais resenhas por aí. Quer ler mais? Clica aqui e vai.

26 de ago. de 2009

Já que o tema é gatos...

Olha que legal esse gato:

Play Him Off, Keyboard Cat!!!

O Keyboard Cat virou febre na Internet há algum tempo. Trata-se de um vídeo de um gatinho que está "tocando" teclado, graças a uma ideia que Charlie Schmidt teve em 1984, quando resolveu fazer um vídeo com o seu gato e um teclado. Em 2007, o vídeo caiu na internet e aí já era: virou um fenômeno quase instantâneo. O vídeo em si não tem tanta graça assim, mas a utilização dada a ele é que foi hilária: aos poucos, os sites de compartilhamento de vídeo (tipo o Youtube) começaram a ser inundados de vídeos em que o gato (chamado de Keyboard Cat) deve tocar a sua melodia para "tirar alguém do palco", normalmente quando vai acontecer uma cagada. Tem MUITOS vídeos desse tipo por aí, um mais engraçado que o outro (tá, tem alguns meio sem graça mesmo), e há algum tempo começaram a pipocar vídeos em português também. Já existe até um site só com vídeos desse tipo. Alguns serão mostrados por aqui aos poucos pra vocês.

Mas antes, o original:




O primeiro da série é de um pastor que ficou muito famoso quando apareceu no Fantástico dizendo ser casado, porém praticante de adultério, já que este seria legitimado pela Bíblia. Intrigado, um repórter do programa foi até ele para ver melhor essa história. Então...

19 de ago. de 2009

Xuxa homenageada em Gramado

Noite de horror e indignação em Gramado. Alguma mente desprovida de qualquer senso cinematográfico decidiu coroar Xuxa Meneghel como a Rainha do Cinema. É inclusive a manchete do Diário do Festival, que circula aqui no evento: Gramado Reverencia sua Rainha. E, pior: Kikito especial homenageia a rainha do cinema, da música e da televisão. No país de Fernanda Montenegro, de Aneci Rocha, de Laura Cardoso, de Helena Ignez, de Tônia Carreiro, de sei lá... Hebe Camargo, caramba... O Festival de Gramado, pateticamente, tenta vender ao público a mentira que Xuxa é a rainha do cinema. Tudo por um punhado de mídia. Como se vendem barato os organizadores do Festival de Gramado que decidem quais serão os homenageados!

Sem mais a acrescentar, apenas o que está contido na continuação do texto.

7 de ago. de 2009

No ônibus

Estava eu andando de ônibus dia desses, e o veículo foi parado por uma blitz. Entrou um policial pela porta da frente e outro pela de trás, olharam para todos os cantos e todas as pessoas. Tinha um emozinho sentado no banco em frente ao meu, com piercing no lábio e um rosto que não passava mais de dezesseis anos de vivência. O policial, preparado pelos estereótipos sociais, pediu para o guri levantar. Olhando nos seus olhos, perguntou se ele tinha carteira de identidade e, ao ouvir uma resposta positiva, a pediu. Pegou, olhou demoradamente para o cartão verde, virou, olhou de novo. Enquanto o policial examinava o documento, o menino estava com uma expressão claramente constrangida. Então, o agente da lei lhe devolveu a identidade e, sem dizer mais nada, saiu do ônibus juntamente com o seu parceiro que havia entrado pela porta da frente, liberando o ônibus para que continuasse o seu percurso.

Foram apenas alguns segundos sem diálogo, mas que disseram um monte.

5 de ago. de 2009

Espírito de porco II

Eu já escrevi sobre a gripe A, aquela doença assassina, em outra postagem. Como o assunto ainda não saiu de moda e agora eu vejo pessoas nas ruas usando máscara - e não são raras, como há meses atrás -, decidi voltar a ele, mas dessa vez com um documentário. Por favor, assistam e repassem a informação. Precisamos de remédios para evitar doenças e de informação para evitar sermos enganados a todo momento.

Com vocês, Operação Pandemia, de Julián Alterini.

3 de ago. de 2009

Dahmer, por Branco

“Avatar Moraes, meu professor de Filosofia da Estética, dizia que o burguês compra a arte porque é incapaz de fazer”. André Dahmer faz arte porque é incapaz de se vender.

Mais sobre o cara aqui.

30 de jul. de 2009

Aí não dá

Pelo menos 70% do Conselho de Ética é suspeito de irregularidades

A esperada benevolência do Conselho de êtica com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pode ser explicada, entre outras coisas, pela biografia de seus integrantes. Pelo menos 70% dos membros do colegiado são alvos de inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), réus em ações penais e ou envolvimento com nepotismo e atos secretos nos últimos anos, segundo levantamento feito pela reportagem. Caberá a esses senadores decidir na terça-feira o destino dos pedidos de abertura de processo de cassação de Sarney.

Alguém imagina como isso vai terminar?

22 de jul. de 2009

Centenário maldito

"Parece que o ano do centenário finalmente alcançou o Inter."

Só pra constar, postagens novas no Imparciais.

21 de jul. de 2009

Frase do dia

"Por que tanta confusão com a não-obrigatoriedade do diploma para jornalista? O próprio jornalismo já não é obrigatório há muito tempo."

Do André, do Cataclisma 14.

20 de jul. de 2009

Sobre robôs, spams e comentários

Já faz dias que algum robô maldito de spams tem mandado sucessivos comentários para o Moldura. Isso é muito, muito chato, e pelo que conversei com algumas pessoas, não é exclusividade minha. Todos os dias, tenho que apagar dezenas de comentários toscos em inglês, com mensagens completamente inúteis. Cheguei até a apagar, por engano e tosquice, comentários reais. Por isso, decidi abortar os comentários do blog, pelo menos por um tempo. Assim, deixo de me incomodar com isso. Por ora, se você quiser fazer algum comentário, mande-o para molduradigital arroba gmail ponto com (está escrito desse jeito estranho justamente para evitar spams).

Malditos robôs, um dia ainda vão dominar o mundo...

17 de jul. de 2009

Um Link de Graça #6

Acho que vocês já sabem que eu adoro tirinhas. E também já devem saber que a Internet foi uma benção para quem gosta delas, porque permitiu que o mundo conhecesse o trabalho de muita gente boa.

Uma dessas pessoas é El Cerdo, quadrinista do Rio de Janeiro (o que tem na água daquele lugar pra formar tanta gente boa nisso?) que tem, com ideias simples, tirinhas muito boas. Abaixo, um pequeno exemplo, mas vai lá e dá uma olhada mais geral no trabalho do cara, principalmente na Chernobyl Family.

Grandes fantásticas criaturas incríveis do mundo animal

15 de jul. de 2009

Você é um bom observador?

Eu não.

14 de jul. de 2009

Entrevista Vírus Planetário: Marcelo Freixo

Caio Amorim: Explique um pouco mais porque você classifica o tráfico nas favelas como varejo da droga.

Marcelo Freixo: Porque é o varejo. O que se tem nas favelas não é o controle do grande comércio tanto da droga como da arma, que são ingredientes desse cenário em que pelo menos um terço da população do Rio está vivendo, é o ponto final de uma linha, por razões sociais, históricas e decisões políticas está tudo colocado ali. Ontem eu perguntei ao secretário de segurança (José Mariano Beltrame) na audiência pública, quando ele falava da apreensão de armas, onde as armas eram apreendidas. Se eram nos aeroportos, nos portos, nas estradas ou nas favelas. A maioria esmagadora das armas apreendidas era nas favelas. O que mostra claramente que é a polícia enxugando gelo, a rota das armas não é detida. Quem se beneficia com o alto lucro do comércio de armas e drogas não é quem está na favela. Quem está na favela faz o mecanismo do varejo, não tem definição melhor, pra atender uma lógica capitalista, neoliberal. Não há nada fora da lógica de mercado em relação às drogas. E nem há nada fora da relação do Estado. Essas áreas onde se há uma soberania questionada do Estado, territórios que não atendem à governança do Estado democrático de direito, se é que a gente pode dizer isso, são áreas que interessam quando precisam interessar. É só você ver o resultado da última eleição, qual é o candidato que ganha nas áreas exatamente dominadas pelo varejo da droga. É o candidato do governador, então não é uma área tão hostil assim. É uma área que tem o seu papel diante desse ordenamento político e econômico do Rio de Janeiro.

Trecho da entrevista com o deputado estadual pelo PSOL-RJ Marcelo Freixo, feita pela revista Vírus Planetário. A entrevista na íntegra tu acessa aqui.

13 de jul. de 2009

Então, viva o Enem!

Régis Gonzaga (Zero Hora, 12 de julho de 2009)

Quando o ministro da Educação disse que destinaria verbas especiais somente para as universidades que adotassem o Enem para selecionar seus candidatos, fiquei esperando a reação dos professores da Ufrgs, pois intervenções de tal ordem na autonomia universitária só ocorreram durante o Estado Novo e a ditadura militar.

Quando o MEC afirmou que o vestibular era uma prova apenas de “decoreba”, fiquei esperando pela manifestação das centenas de professores da Ufrgs que, no transcurso das últimas quatro décadas (exceção feita a curto período), prepararam incontáveis provas da mais alta competência, lisura e de justa avaliação dos vestibulandos, a tal ponto, que os ex-alunos desta universidade são hoje filósofos, médicos, políticos, administradores, engenheiros, cientistas e profissionais de todos os setores, disputados no mercado e reconhecidos por sua excelente formação.

Quando autoridades educacionais do MEC atacaram o conhecimento, numa fúria irracionalista, propondo uma prova de charadinhas ao invés de conteúdos, fiquei esperando pelo protesto dos doutores da UFRGS que se alçaram pelo culto ao saber, pela ânsia de informação, pelo esforço ilimitado, muitas vezes sacrificando sua vida pessoal, sua família, quando não a própria saúde, para que o conhecimento esclarecesse a realidade física ou espiritual em que todos estamos inseridos.

Fiquei também esperando pela manifestação dos professores de Letras, que durante anos lutaram pela implantação da lista de leituras obrigatórias; dos professores de História, que, com enormes dificuldades, conseguiram colocar elementos da formação rio-grandense nos tópicos do vestibular; dos professores de Engenharia, que só podem trabalhar com alunos que saibam o básico de álgebra, trigonometria, geometria etc.; dos professores de Medicina, que precisam de jovens com fortes noções de genética e fisiologia, e assim por diante.

Dado o silêncio geral, entendi que o ministro tinha razão. Que, ao contrário dos países desenvolvidos, aqui, em nossas escolas, há conhecimento demasiado, saberes inúteis, conteúdos tolos. Entendi que a memorização é um crime, que ter noções universais da ciência, das línguas, da história e da literatura é babaquice burguesa e que decorar a tabuada é uma violência contra pobres seres indefesos. Entendi que os pensadores iluministas (do século 18 ao século 20), que acreditavam na força da ilustração como elemento libertador do homem, eram apenas cavalgaduras face aos novos pedagogos da nação brasileira. Assim, o problema do nosso ensino não são os baixos salários, a ausência de reciclagem e motivação dos professores, as teorias pedagógicas estarrecedoras (e que não foram aplicadas em nenhum país próspero do mundo), a falta de reais e sedutores desafios cognitivos aos alunos etc. etc. etc. Não. O nosso problema é o conhecimento em demasia.

Sendo assim, só nos resta uma saudação: Viva o Enem!

10 de jul. de 2009

C***lho!!!

Bêbado é foda...

8 de jul. de 2009

Bizarramente hipócritas

A coisa é bastante óbvia: em Black or White, Michael Jackson fala, também, sobre si mesmo, declarando que não importa se ele era branco e virou negro, ou se era negro e virou branco, porque ainda é quem ele é. Infelizmente, foi uma daquelas mensagens que as pessoas acham bonito na hora mas se esquecem no minuto seguinte, tornando o ato de concordar com as palavras mais importante do que agir de acordo com elas. Qualquer atitude levemente diferente por parte de Michael Jackson era elevada à décima potência, tornando-se o estopim para que todos bradassem, do alto de suas inocências, que Jackson era doente. Que não era humano. A simples acusação de pedofilia já o tornou um pedófilo. Suas músicas foram deixadas de lado, e a pauta era encontrar qualquer coisa que pudesse ser noticiada nos tablóides como bizarra. Mais do que ver alguém chegar ao estrelato, as pessoas gostam de ver uma estrela cair.

No tributo de hoje foi dito publicamente a Michael tudo o que ele gostaria de ter ouvido em vida. Personalidades subiram ao palco e declararam aos quatro ventos que não havia nada errado com Jacko. Os microfones ecoaram palavras bonitas, e de uma hora pra outra todos viraram defensores ferrenhos do artista. Mas com exceção de um ou outro discurso, uma ou outra performance, foi uma cerimônia protocolar. Destemperada. Tudo indica que um palco foi construído às pressas para ser transmitido pela televisão e fazer as pessoas chorarem ao redor do mundo. Mais um show do que um tributo.

Esse trecho está lá no Cataclisma e resume bem o que eu penso sobre o espetáculo necrófilo que aconteceu em torno da morte do Rei do Pop. Michael Jackson foi O cara dentro do que se convencionou (graças e ele e à Madonna, basicamente) chamar de pop. Mas, dentro do que se convencionou chamar de vida, ele foi um coitado. Coitado porque teve que carregar ao longo de sua vida traumas obviamente causados por um pai autoritário e que enxergava nos seus filhos apenas máquinas de fazer dinheiro. Porque, ao ser alçado a um nível de sucesso nunca antes visto - e que, em nossa era de sucesso efêmero, talvez nunca mais seja visto -, teve que enfrentar um mundo em que cada peido seu era noticiado e muitas vezes aumentado. E se, para uma pessoa comum, já é difícil viver de forma "normal" entre tantos traumas e pressões, imagina para a maior celebridade dos anos 80. Sim, porque todos temos nossos problemas, todos temos nossas manias, todos temos nossas extravagâncias. As de Michael obviamente eram maiores do que as da maioria, mas talvez as minhas, as suas, também fossem maiores se tivéssemos o poder e o dinheiro que Michael teve para alimentá-las. Michael Jackson foi um coitado por não saber equilibrar suas extravagências, suas loucuras, com sua fama. Talvez ele acreditasse que as pessoas não fossem hipócritas a ponto de achar que ele era o único que tinha problemas, que ele fosse o único negro a querer ser branco, que ele fosse o único a querer morar em um lugar estranho, construído exatamente do jeito que ele quis, etc.

Entretanto, o que Michael não sabia (ou negava para si) é que o nosso mundo, como o conhecemos hoje, é construído na base da hipocrisia. Enquanto ele era acusado de pedofilia, ninguém falava a respeito do comportamento dos pais das crianças que o acusaram, que largaram deliberadamente seus filhos para dormirem junto com um estranho - muitos já cientes da primeira acusação de pedofilia contra o cantor. Se era realmente um pedófio, não sei. Vocês também não sabem. O que eu sei é o quanto foram hipócritas os meios de comunicação ao transformarem a vida de Michael Jackson em um circo, no que ele mesmo ajudou a aumentar com a coleção de bizarrices que não parecia tentar esconder. E talvez não as escondesse mesmo, justamente por imaginar que todos nós somos seres bizarros. Ou, como diria Caetano, que de perto ninguém é normal. Mas acontece que não somos só bizarros, somos bizarros e bizarramente hipócritas.

Aí esperam ele morrer para fazer todas as homenagens possíveis. Esperam ele morrer para comprar seus discos (depois da sua morte, ele está ocupando os 15 primeiros lugares das vendas de discos da Amazon), tudo o que poderia ter feito ele mais feliz EM VIDA. Ah, tá. Enquanto isso, muita gente ganha dinheiro em cima dele.

Bizarro.

Um Link de Graça #5

Eu adoro estes sites falsos que parecem verdadeiros. Tem vários casos, como o Super Hype (sobre o qual já comentei aqui e que infelizmente não tem mais recebido atualizações). Este que eu vou sugerir pra vocês é genial. Trata-se do site da Igreja Internacional, que conta com os maiores absurdos sobre os assuntos mais diversos possíveis que um religioso fervoroso como o Pastor Silas (ou o Pastor Moisés, lembram?). E olha que eu nem tenho certeza de que é falso mesmo, mas é tão absurdo que não pode haver outra explicação.

Leiam, vocês não vão se arrepender.

Vai lá

Só pra avisar, tem coisa nova no Imparciais. Vai lá!

7 de jul. de 2009

Eu sempre quis fazer isto

Tudo bem que é uma montagem (muito bem feita, por sinal), mas aí está uma das lacunas na minha formação:

1 de jul. de 2009

Imprensa fdp

A imprensa, de modo geral, adora criar uma polêmica. Porém, ninguém vence a imprensa esportiva.

Tem coluna nova lá no Imparciais, vai lá.

[REC]²

Eu não gosto de continuações. Tenho muito receio delas estragarem o que foi feito nos filmes originais. Exemplos não faltam, e os primeiros que me vem à cabeça é Bruxa de Blair 2 e Efeito Borboleta 2, que simplesmente não deveriam ter existido. Quando a continuação não é ruim, costuma ser apenas mais do mesmo, o que também não acrescenta nada à história original e, portanto, não precisaria existir. Raras são as continuações que realmente valem a pena; normalmente, tratam-se de filmes que já foram pensados durante a execução do primeiro, (De volta para o futuro II e III) ou de franquias (O Cavaleiro das Trevas). Por que isso? Porque normalmente uma continuação é apenas um caça-níqueis, uma forma de tentar ganhar mais dinheiro com uma coisa que deu certo.

Tudo isso para dizer que saiu o trailer da continuação do melhor filme de terror de 2007 (lançado aqui, com um atraso monumental, em 2008): [REC].



Achei que o trailer poderia ser do Doom. Estou com medo do trailer, e não é exatamente medo dos zumbis, mas do filme ser uma bomba. Agora é esperar...

30 de jun. de 2009

Interatividade total

Os videogames estão chegando a um patamar nunca dantes visto no quesito interatividade. Na primeira geração dos games, com o Atari, tínhamos o chamado joystick, com um "manche" e um ou dois botões. Depois, com o NES (ou Nintendinho), saiu o joystick e entrou o direcional, que dava mais precisão à jogabilidade. Ao longo do tempo, cada vez mais botões e direcionais foram sendo acrescentados aos controles, tornando os jogos mais e mais complexos, divertido e interativos.

Porém, depois do controle do Playstation 2, com oito botões (mais o Start e o Select), um direcional e dois minimanches, parecia que não tinha mais espaço para mais coisas em um controle de videogame. Logo, não seria mais possível evoluir na questão jogabilidade. Errado.

Em 2006, a Nintendo apresentou seu console de última geração, chamado Nintendo Wii, juntamente com o seu controle (ou um deles, na verdade), o Wiimote, que viria para revolucionar a forma com que os games seriam jogados a partir de então. Sem fio, o novo controle da Big N emula os movimentos do jogador, tornando a interatividade um fator chave para a diversão.



É claro que não tardou para que aparecessem os primeiros idiotas a jogar...



Parecia legal, mas não se sabia se a aposta funcionaria. Não é que funcionou? Rapidamente, o Wii tornou-se o console da nova geração mais vendido, atraindo milhares de pessoas que nunca haviam jogado nenhum game antes. Isso não deve-se apenas ao controle, mas também aos chamados "jogos casuais", feitos para um público que não quer passar dias na frente da TV para terminar um jogo, mas sim que pretende jogar um pouco com a família ou os amigos para se divertir. Bem, parece que essa rápida popularização do Nintendo Wii está mudando os paradgimas da indústria dos videogames.

Lançado no final de 2007, o Wii Fit é um jogo da Nintendo para o seu Wii que utiliza um outro "controle": a Balance Board, literalmente uma balança que serve para o jogador fazer uma série de exercícios e que pode até servir para ele entrar em forma. De novo, atingia-se um nível de interatividade nunca antes visto em um game.



Para a Big N a coisa não parou por aí: agora em junho, ela lançou o Motion Plus, acessório que, conectado ao Wiimote, torna a experiência de jogabilidade 1:1. Ou seja, TUDO o que tu fizer com o controle será captado pelo jogo, fazendo com que os movimentos sejam reproduzidos de uma maneira mais realista ainda. Por enquanto, a novidade pode ser conferida somente em quatro jogos (dois de tênis, um de golfe e um de vários esportes), mas vários outros já são aguardados para levar aos jogadores a impressionante capacidade de imersão que esse acessório proporciona.



"E as concorrentes?", tu te pergunta. Bem, a Sony (criadora dos Playstations 1, 2 e 3) está quieta no canto dela, só assistindo a tudo isso. Já a Microsoft, dona do Xbox e do Xbox 360, mostrou na última E3, maior feira de videogames do mundo, um trailer que deixou todos de boca aberta. Trata-se do Projeto Natal, que se sair do papel vai dar um passo gigantesco para que os videogames tornem-se coisas de ficção científica. Não vou falar mais sobre o projeto; vejam com seus próprios olhos:



Onde isso vai parar? Não sei. Só sei que estamos cada vez mais perto de ver algo como "O Vingador do Futuro" acontecer de verdade.

Crédito da foto: Shamoozal.

Mais um texto sobre o Irã

Seguindo esse clima de delírio, pessoas no twitter se perguntam o que teria acontecido se essa incrível ferramenta de lamentação em tempo real existisse na época do Massacre da Praça da Paz Celestial - quem sabe não pudesse ajudar a impedir a matança? A-lô-ou, ainda está rolando um massacre da Praça da Paz Celestial, a China executa todo ano os mesmos dois mil (segundo algumas fontes) que morreram no triste episódio. Ainda dá tempo, pessoal!

Pessoal, desculpa o recorta e cola, mas vou fazer o que se os caras que escrevem essas coisas são foda? O restante do texto do sempre genial Arnaldo Branco tu encontra aqui. Entra lá e lê, porque vale a pena!

Ah, e leiam os comentários também.

26 de jun. de 2009

Uma coisinha sobre as eleições no Irã

"Suponha que os EUA sofram uma ameaça de convulsão social como resultado da crise econômica, com protestos por todo o país ameaçando uma mudança de regime.

Suponha que a revolta seja inflamada via Facebook, Twitter e semelhantes.

Suponha que algumas redes de TV embarquem e façam edições fantasiosas dos acontecimentos.

O governo americano censuraria a Internet e cassaria concessões de TV?"

Do sempre ótimo Surra.org. Outra observação sobre o tema no mesmo blog, aqui.

25 de jun. de 2009

Imparciais

Pessoal, só pra avisar que estou com um projeto novo. Chama-se Imparciais, é composto por mim e pelo André do Cataclisma 14 e é um blog sobre um assunto muito debatido e discutido mas que, ao nosso ver, costuma ser tão mal escrito: futebol.

Nem tudo o que eu escrever lá vou postar aqui; portanto corram para lá para lerem avaliações cretinas de partidas monótonas, comentários terríveis sobre assuntos impertinentes e muitas outras barbaridades, neste blog que promete revolucionar o modo de escrever sobre futebol (tá, forcei um monte, mas mesmo assim vai lá e dá uma olhada no troço, tá?).

O link tu encontra aqui e ali do lado, nas Páginas Interessantes. E vê se bota nos favoritos, pô!

23 de jun. de 2009

Meio e fim

Todos nós somos seres históricos. Isso quer dizer que nossos atos são influenciados pela História e a influenciamos por meio dos nossos atos. Somos, também, limitados por ela (uma pessoa da Idade Média não dizia que avistava OVNIS, nós não falamos que vimos um dragão, etc.). Pois bem, podemos dizer que somos meio e fim para a História. Por meio eu quero dizer que é pela gente – e por nossos comportamentos, costumes, usos, linguagem, etc. – que se pode estudar como é (ou foi) a nossa época. Sabemos, por exemplo, que a década de 1980 foi de extremo mau gosto no quesito moda – na verdade, no quesito TUDO – por causa dos modelitos das bandas e atores da época. De certa forma, somos um meio para algo – nesse meu exemplo, um estudo tosco de História da Moda. Já por fim refiro-me ao fato de que somos isso que somos e ponto final – aí entra a limitação histórica à qual me referi anteriormente. Utilizando o exemplo dos anos 1980 novamente, as pessoas daquela época estavam limitadas pela moda da época; vestir uma camisa de flanela, por exemplo, era coisa de pobre, o que anos mais tarde, no início da década de 1990, seria a coisa mais fashion do universo. Logo, quem usava camisa de flanela não o fazia para ser fashion, mas por necessidade (ou seja, até esse comportamento aparentemente insignificante sofria as pressões do seu tempo).

Meio e fim já estão definidos por ora, ok. Agora, vamos para uma constatação mais prática: até que ponto certas obras podem ser consideradas como críticas do seu tempo, ou apenas como uma prova de que em determinada época se produziu tal coisa? Deixem-me explicar melhor, e com um exemplo. No Cinema, nos últimos dois anos, foram lançados dois filmes que sofreram duras críticas por serem porta-vozes de um determinado pensamento (o de que bandido bom é bandido morto e que nesses casos tudo é permitido para se acabar com o crime) e, ao mesmo tempo, elogios rasgados sobre como os dois eram críticos a – adivinhem – esse mesmo tipo de pensamento. Estou falando de O Cavaleiro das Trevas e Tropa de Elite.

Tirando a história e o gênero diferentes, esses dois filmes possuem pelo menos uma grande semelhança: apresentam uma cidade corrupta e dominada pelo medo, com pessoas muito más como antagonistas, e com um herói (anti-herói?) que, em nome da "ordem", se autoriza a fazer o que quer que seja para conter os seus inimigos – e é autorizado tanto pelas pessoas de bem de dentro do filme quanto pelas pessoas que o estão assistindo. E agora? Seriam os dois filmes exemplos de como está configurada a nossa sociedade, que de tanto medo parece hoje autorizar qualquer coisa em nome de uma determinada "ordem" – até mesmo a perda de liberdades individuais, vide o caso dos Estados Unidos na era Bush filho – e, portanto, fim, ou obras críticas, que tentam denunciar exatamente esse pensamento teoricamente ilógico de autorizar alguém para fazer qualquer coisa em nome de um bem maior – ou seja, um meio para a crítica à nossa sociedade?

Eu, particularmente, acredito na segunda opção – numa próxima postagem eu coloco meus motivos para acreditar nisso. E vocês, o que acham?

17 de jun. de 2009

Como atender uma ligação de telemarketing

Como primeira postagem da volta, um vídeo que dá uma sugestão do que fazer quando aquele cara chato do telemarketing ligar pra ti.


(Para quem tem dificuldade de entender as coisas sem uma explicação prévia, lá vai: trata-se de um programa de rádio em que os apresentadores estão falando sobre um comediante (Tom Mabe) que costuma gravar suas conversas com atendentes de telemarketing.)

I'm Back!

Bem, como vocês devem ter notado, o blog anda cheio de teia de aranha. Isso deve-se a vários motivos, entre eles o fato de eu ter passado o último mês em mudança (em muitos sentidos). Enfim, só pra avisar que estou voltando, ou seja, continuem aparecendo por aqui!

8 de mai. de 2009

Pequena constatação

Assistindo Manchester x Arsenal pela semifinal da Champions League eu percebi que a idéia das cores vermelha e azul serem opostas a ponto de não serem utilizadas pelo mesmo time é uma exclusividade gaúcha, por causa da rivalidade entre Inter e Grêmio. Afinal, o uniforme que o Manchester estava utilizando era azul em vez de vermelho (a cor do uniforme titular). Isso, de um time de vermelho jogar de azul e vice-versa, é obviamente impensável no Rio Grande do Sul - basta ver, por exemplo, a história do logo da Coca-Cola na camisa do Grêmio não ser vermelho (parece que pela primeira vez na história da empresa de refrigerantes).

Muitas vezes pensamos que o que é "normal" pra nós deve ser também para o resto do mundo, e esse é mais um exemplo disso.

5 de mai. de 2009

Espírito de Porco

Então tá: começou mais um espetáculo da mídia mundial. É a tal gripe suína, influenza porcina, vírus A, ou sei lá o novo nome que a doença recebeu. Começou com as autoridades mexicanas divulgando 110 mortos, um número que por si só já não dizia muita coisa, visto que só a Cidade do México tem 22 milhões de habitantes, mas ok. Aí, o número oficial de mortes foi reduzido para 7. Sim, sete.

Os números oficiais mais recentes, hoje, dia 5 de maio, são os seguintes: no MUNDO INTEIRO (leia-se: mais de seis BILHÕES de habitantes) temos 1124 casos confirmados (espero que não sejam tão "confirmados" quanto aqueles iniciais do México) e 25 mortes. Sim, vinte e cinco mortes, desde março. Dois meses, vinte e cinco mortes dentro de uma população de 108 milhões de pessoas (se ficarmos só com o México) ou de 6,6 bilhões de pessoas (se pegarmos todos os habitantes do mundo).

Enquanto isso, entre as "doenças de pobre", que parecem não afetar ninguém, porque a grande mídia não noticia porra nenhuma, a dengue, SÓ NO RIO DE JANEIRO, matou 106 pessoas em 2008, entre 127 mil casos registrados, com mais 87 mortes que podem ter sido também causadas pela dengue. Só pra lembrar, o estado do Rio de Janeiro tem pouco mais de 15 milhões de habitantes (bem menos que a Cidade do México).

Ah, mas vamos falar de outra coisa. Vamos falar de... malária! Essa doença, também de pobre, possui números mais alarmantes ainda: ela mata 3 milhões de pessoas e atinge 500 milhões de pessoas por ano no mundo inteiro. Quer mais? Das pessoas mortas por ano, um milhão são crianças com menos de cinco anos. Quer mais? "Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem."

Isso tudo me leva a duas perguntas: qual a diferença entre essas três doenças, e por que a tal gripe A é a onda do momento? Resumidamente, por dois motivos:
1 - porque a imprensa precisa de um assunto novo e "impactante" pra encher a pauta e distrair os Homers Simpsons (modo Willian Bonner on);
2 - porque a gripe suína não escolhe só pobre.

Isso bastou para causar um pânico mundial e fazer as pessoas lerem, assistirem e ouvirem mais e mais notícias (muitas vezes desencontradas) sobre a "pandemia" - e, por consequência, a acreditarem mais e mais em tudo o que leram, assistiram e ouviram. Tá bom, pandemia. Quer uma verdadeira pandemia? É só lembrarmos da Gripe de 1918 (erroneamente chamada de Gripe Espanhola). Espalhando-se no fim da Primeira Guerra Mundial, essa gripe afetou 50% da população mundial e matou mais de 40 milhões de pessoas - entre elas, o presidente da República brasileiro na época, Rodrigues Alves. A sua taxa de letalidade foi altíssima, atingindo entre 6 e 8% (chegaram a informar que a gripe suína de 2009 teria 7% de taxa de letalidade, dado desmentido dias depois - pra variar).

É claro que eu não quero dizer que essa gripe não é de nada, que só come marmelada. Ela pode se transformar em uma pandemia grave se não for contida, e nesse sentido é importante a ação da OMS e também da imprensa - que deveria vir sem exageros, números apressados e equivocados e geração de pânico desnecessário.

Poderíamos aproveitar esse momento para abrir os olhos não só para a ameaça da doença, mas para a ameaça do mau jornalismo, essa sim uma pandemia que dura décadas e já causou muitos estragos a muitas pessoas. Infelizmente, acredito que a humanidade vai se livrar da gripe suína muito antes - e muito mais facilmente - do que do espírito de porco da mídia mundial.

28 de abr. de 2009

Fenômeno

Ronaldo, o Fenômeno. Quando recebeu esse apelido, ainda com 21 anos, ele referia-se à qualidade diferenciada do cara, à forma como ele partia para o gol, a como ele era um jogador fenomenal, principalmente para a sua idade. Pois bem, mais de quinze anos depois, o cara ainda merece esse apelido - Fenômeno. É impressionante a capacidade que ele tem de ressucitar, tal qual Jason da série Sexta-Feira 13, apesar de todas as adversidades possíveis. Vai ter força de vontade assim na p$%#@.

Como exercício de raciocínio, gostaria de pedir que vocês imaginassem, por um segundo que seja, que são o Fenômeno, com toda a sua trajetória, os êxitos, as cagadas, etc. Tá imaginando? Então vamos lá.

Lembro-me de comprar uma Placar com ele na capa, em 1995, dizendo que a sua ida para o PSV da Holanda era a negociação mais cara da história até então. E ele tinha recém dezoito anos e uma Copa do Mundo nas costas. Rapidamente virou artilheiro e ídolo na Holanda, sendo transferido em 1996 para o Barcelona, onde ganhou pela primeira vez o título de melhor jogador do mundo. Em 1997, já na Internazionale de Milão, ganhou pela segunda vez o prêmio máximo que um jogador de futebol pode conquistar. Tudo isso com apenas 21 anos.

Chegou a Copa do Mundo de 1998, Ronaldo continuava no auge e a Seleção era a grande favorita ao título. Chegou à final, mas na véspera o Fenômeno teve uma convulsão que até hoje não foi muito bem explicada - exatamente por isso, abriu brechas para várias teorias da conspiração envolvendo a CBF, a Nike e provavelmente a CIA e extraterrestres -, mas resolveu jogar mesmo assim e viu a Seleção tomar uma goleada da França na final. Viu literalmente, porque não jogou porra nenhuma naquele jogo. Depois da Copa, começou a viver um declínio; já não era mais o mesmo, era muito criticado - justamente por ter sido o que foi tão cedo, e por ter sido tão rapidamente badalado pela imprensa do mundo inteiro, e não só a imprensa esportiva. Para se ter uma idéia do sucesso mundial do Fenômeno, Ronaldo chegou a ser a personalidade mais reconhecida do mundo, ganhando até do Papa João Paulo II.

Então, em 2000, a primeira lesão séria - quando eu vejo aquela imagem, a da contusão, eu SEMPRE faço um "argh" e viro o rosto -, que o afastou dos gramados por quase um ano. Quando ele voltou, estava mal e acima do peso - é importante lembrar que ele já vinha em franca decadência pouco antes de se machucar. Foi mal na Inter, mal nas Olimpíadas de 2000 e na Copa América de 2001. Ninguém queria saber dele. A sua carreira parecia ter ido pra banha. Artigos como esse pipocavam pelo mundo inteiro. Ronaldo estava derrotado. Desacreditado. Morto.

Nessa época, pouco antes da Copa do Mundo de 2002, ele já era multiziliardário. As suas negociações, sempre bem-sucedidas, aliadas aos ótimos contratos que fez ao longo dos anos - particularmente um muito lucrativo de exclusividade com a Nike - deram-lhe todo o dinheiro que umas quatro gerações de sua família não conseguiriam gastar. Ele poderia muito bem parar por ali. Mas o cara é chato - ou, como diria uma recente propaganda ufanista, ele é brasileiro e não desiste nunca - e não parou. Luis Felipe Scolari, técnico da Seleção na época, apostou no Fenômeno em detrimento a Romário, que na época estava voando, mas aprontou umas numa concentração na Bolívia, e levou Ronaldo à sua terceira Copa - e como titular. Ninguém acreditava nele, eu torcia contra ele e contra a Seleção, de tanta raiva do esquema paternalista que parecia existir ali. E eu não era o único.

Aí o cara vai e faz oito gols em sete jogos na Copa, dois na final, vira o artilheiro daquela Copa e de lambuja ainda ajuda o Brasil a conseguir o pentacampeonato mundial, mesmo com o cabelo de Cascão que ele exibiu naquela final. Enfim, o cara dava a volta por cima. Foi o melhor do mundo naquele ano, de novo, e se transferiu para o Real Madrid, que na época estava montando uma espécie de seleção mundial - o que se convencionaria chamar de "Os Galáticos".

Na primeira temporada na Espanha, foi campeão nacional e artilheiro da competição. Porém, a partir da segunda metade de 2003, começou a alternar boas e más atuações e a se contundir seguidamente. Com essas contusões e várias noitadas, começou a engordar muito. Foi convocado para a Copa de 2006, mas com o clima de oba-oba da seleção do Parreira, chegou lá com quase 100 quilos. Mesmo assim, conseguiu fazer três gols na Copa, conseguiu não ser um péssimo jogador, comparado ao fiasco de vários outros da equipe, e ainda sagrou-se o maior artilheiro da história das Copas do Mundo. Entretanto, foi duramente criticado, principalmente por estar nessa seleção lamentável de 2006, em que tudo foi feito, menos jogar bola, e por seu peso muito, mas muito acima da média.

A partir daí, repetiu-se o que havia acontecido em 2001; Ronaldo virou alvo de muitas críticas e de piadas por causa da sua gordura, e acabou trocando o Real Madrid pelo Milan. Lá, conseguiu ajudar a equipe a se classificar para a Champions League de 2007-2008, mesmo com o Milan tendo tomado uma punição de dez pontos no início do campeonato. Além disso, descobriu-se que Ronaldo tinha um problema na glândula tireóide que o fazia aumentar de peso. Depois disso, ele novamente se reergueu, conseguindo diminuir de peso e iniciar um processo de volta ao bom futebol. Porém, ele ainda se contundia com facilidade e tinha que lutar muito contra a balança, o que o deixou afastado de muitos jogos do Milan - ele jogou apenas cerca de 25% de todos as partidas do time italiano enquanto esteve lá, mas quando jogou o fez com resultados acima da média. Enfim, ele estava lutando e parecia estar vencendo a luta, novamente, com muito esforço.

Aí, no início de 2008, Ronaldo teve mais uma lesão gravíssima no joelho, parecida com a de 2000. O Milan rescindiu o contrato com ele e Ronaldo voltou ao Brasil, desempregado, para se tratar. Parecia que agora já era. Não tinha mais jeito. Os Deuses do Futebol estavam conspirando contra o cara: "Chega, Ronaldo. Tu já tem dinheiro e fama, já escreveu teu nome na história do futebol. Não precisa fazer mais nada, não precisa provar mais nada pra ninguém". Mas, novamente, ele tentou. E, tal qual Jason Voorhees, tentava ressucitar para mais um capítulo da série de sua vida.

Foi para o Flamengo, não como jogador, mas para treinar e se recuperar da cirurgia. Mais uma vez, ficou muito acima do peso e, para piorar, se envolveu em muitos escândalos do tipo "WTF??" em questão de poucos meses: engravidou e noivou com uma modelo, para em seguida ser flagrado com três travestis (?) no Rio de Janeiro (ele alegou ter "se enganado", achando que eram mulheres) e terminar com a noiva, não sem antes ter se envolvido em uma briga com o cunhado em uma festa de aniversário. Enfim, elementos que são o prelúdio de fim de carreira mesmo, e daquelas que o cara tenta manter mas que só vai se atrofiando cada vez mais. Para piorar, foram publicadas umas fotos no final do ano mostrando Ronaldo muito, mas muito gordo mesmo, quase um Maradona. Mas Ronaldo é brasileiro, não desiste nunca.

Em 9 de dezembro de 2008, o Corinthians surpreendou a todos - principalmente o Flamengo, que queria ter ficado com o craque - anunciando que Ronaldo era jogador do clube. Todo mundo desconfiou que o Timão estava fazendo merda. Afinal, era um contrato de risco, com dinheiro que o clube não tinha, mas dizia que iria buscar por meio de patrocínios que viriam por conta da imagem do Fenômeno. Resumindo, parecia uma idéia muito idiota. O ano começou, o Corinthians começou a jogar e nada de Ronaldo nem de patrocínio. Três meses (?) se passaram sem Ronaldo ou patrocínio, e parecia que a idéia de jerico dos caras ia mesmo afundar, quando Mano Menezes decide colocar o homem pra jogar. Na sua segunda partida, contra o maior rival - o Palmeiras - Ronaldo salva seu time da derrota no último minuto, com um gol de cabeça. A partir daí, os patrocinadores aparecem, Ronaldo começa a jogar partidas inteiras, perder peso e fazer muitos gols. Isso tudo até chegarmos à partida do último fim de semana, quando ele acabou com o jogo tocando meia dúzia de vezes na bola e marcando dois golaços, o primeiro com uma matada de bola improvável e o segundo com uma bola por cima do goleiro, de esquerda e depois de ter fintado o marcador com uma facilidade impressionante.

Depois de imaginar ser Ronaldo e passar por tudo isso, me responda: você continuaria tentando, depois de tudo o que aconteceu? Escrevo isso pra dizer que a história de Ronaldo é digna de um filme - ou de um livro de auto-ajuda, depende do público. Eu, que nunca fui muito fã dele, que sempre fui incrédulo a respeito das suas recuperações, tenho que admitir: o cara me emocionou. Mesmo que ele não faça mais nada no futebol, ele já escreveu seu nome na história não só como o ótimo jogador que é, mas como um ser humano com uma capacidade de recuperação e uma força de vontade impressionantes. Porque, além das dificuldades físicas de ter passado por várias cirurgias complicadas no joelho - só para mal comparar, recentemente eu rompi um ligamento do joelho e tive que operá-lo, então posso dizer que é MESMO uma merda todo esse processo, a cirurgia, a recuperação, etc. -, Ronaldo foi exposto ao ridículo várias vezes (muitas vezes por culpa dele mesmo), foi alvo de fofocas, de artigos que o humilharam, de interesseiros, de comentaristas esportivos de nível duvidoso... Enfim, ele tinha todos os motivos para desistir de jogar; afinal, como falei antes, já tinha dinheiro, fama e nome suficientes para tal. Mas não. Ele lutou, ele foi atrás - e conseguiu. Nem as propagandas de cerveja que ele insiste em fazer ou outras eventuais merdas vão apagar isso. Ele ultrapassou os limites do futebol, ele virou um exemplo de superação, um exemplo de vida.

Depois de tudo, esse ano vou torcer para o Colorado em primeiro lugar - claro -, e depois para o Ronaldo. Ele merece. Ele é um fenômeno.

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