11 de set. de 2009

Tempos de Internet

A Internet, quando surgiu, parecia ser a revolução - ou o instrumento para ela - que todos estavam esperando: haveria informação livre, sem a intermediação de grandes meios de comunicação, em um canal onde qualquer um poderia ser leitor e/ou produtor de conteúdo. Para os mais esperançosos - e radicais - não se poderia mais inventar ou manipular notícias, pois as pessoas "reais", que seriam os personagens dessas notícias, poderiam dar as suas versões supostamente verdadeiras para os fatos. Isso sem contar com a não-obrigatoriedade de assistir a apenas meia dúzia de canais com notícias.

Pois bem, menos de duas décadas depois da disseminação da Internet, as coisas não estão tão maravilhosas assim: as notícias na rede são monopolizadas por meia dúzia de megaportais, os governos estão tentando limitar o uso/produção de conteúdo (alguns, como a China, já conseguiram) e as grandes corporações tentam censurar as opiniões pessoais de seus funcionários dentro das diversas redes sociais existentes.

A última notícia nesse sentido foi a de a Rede Globo teria restringido o uso das mídias socias por seus contratados. A notícia é esta e está aqui:

Estão proibidos, por exemplo, “a divulgação ou comentários sobre temas direta ou indiretamente relacionados às atividades ligadas à Globo; ao mercado de mídia ou qualquer outra informação e conteúdo obtidos em razão do relacionamento com a Globo”.

A emissora endureceu também noutro ponto: só com autorização da Globo seus contratados poderão ter blog, twitter etc. vinculados a outros veículos de comunicação.

Segundo a Globo, o objetivo é proteger seus “conteúdos da exploração indevida por terceiros, assim como preservar seus princípios e valores”.

Provavelmente ainda veremos, por alguns bons anos, valores pré-internet combatendo os novos valores advindos das novas relações que a internet proporciona no mundo inteiro. Quem vai vencer essa guerra? Ninguém sabe. Só sei que o futuro está mais nebuloso do que eu gostaria de vislumbrar.

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