Proposta 8 e a Democracia
Li no blog do Pablo Villaça um depoimento emocionante a favor do casamento entre homossexuais. O texto está aqui, junto com um vídeo. Essa postagem me fez pensar, entre outras coisas, no papel da Democracia nessa questão, e eu resolvi fazer um comentário por lá. O comentário ficou grande e achei que merecia uma postagem própria aqui no Moldura.
O que eu pensei na hora que li a postagem do Pablo foi na democracia e suas implicações práticas para as maiorias e as minorias. Ora, parece claro que, em um regime democrático, temos a vontade da maioria - pelo menos em teoria -, já que é quase impossível haver um consenso entre a totalidade da população. Logo, é preciso votar as questões que são de interesse de todos e acatá-las ou tentar mudá-las (no plano legal, não estou me referindo a revoluções ou protestos armados ou algo que o valha).
No caso específico da Proposta 8, a maioria venceu. O problema é que quando alguma intolerância (seja ela política, religiosa, o que for) acontece por conta de um pessoa (seja um xá, um ditador, um rei), aí a primeira argumentação que ocorre à maioria dos ocidentais democratas é "viu, se fosse numa democracia...". Mas, quando isso acontece num regime democrático, dentro das normas democráticas (o que é o caso da Proposta 8 e, mais além - e para tornar a coisa mais complexa -, o caso da eleição e manutenção no poder do Hugo Chávez), aí ninguém questiona a instituição da Democracia, mas se revolta e utiliza argumentos com base em xingamentos às pessoas que votaram contra as suas vontades (reacionários, xiitas, comunistas, direitosos, etc.). Veja bem, e se a maioria da população da Califórnia fosse nazista e votasse a favor da eliminação de todas as minorias? Ou se a minoria da Califórnia fosse nazista e exigisse uma eleição a favor dessa eliminação, aí perdesse e ficasse falando "que isso interessa a você?" (vejam bem, eu sei que essa argumentação, para o caso nazista, é rídicula, mas se atentem ao exemplo - extremo, mas ainda um exemplo).
Eu sou completamente a favor do casamento gay e da democracia. A questão é que, nesse caso, venceu o voto da maioria, o que mostra, no mínimo, o grau de preconceito explícito que existe na cabeça do norte-americano médio. Mostra também como a Democracia, normalmente tão incondicionalmente defendida, tem as suas questões e problemas, que são difíceis de resolver. Ruim com ela, pior sem ela? Ou existiria alguma solução prática que ajudaria nesse assunto? Porque, no momento, a maioria das pessoas na Califórnia (a maioria que votou e venceu) está contente com o resultado do pleito. E a democracia se baseia, em princípio, na maioria.
O que eu pensei na hora que li a postagem do Pablo foi na democracia e suas implicações práticas para as maiorias e as minorias. Ora, parece claro que, em um regime democrático, temos a vontade da maioria - pelo menos em teoria -, já que é quase impossível haver um consenso entre a totalidade da população. Logo, é preciso votar as questões que são de interesse de todos e acatá-las ou tentar mudá-las (no plano legal, não estou me referindo a revoluções ou protestos armados ou algo que o valha).
No caso específico da Proposta 8, a maioria venceu. O problema é que quando alguma intolerância (seja ela política, religiosa, o que for) acontece por conta de um pessoa (seja um xá, um ditador, um rei), aí a primeira argumentação que ocorre à maioria dos ocidentais democratas é "viu, se fosse numa democracia...". Mas, quando isso acontece num regime democrático, dentro das normas democráticas (o que é o caso da Proposta 8 e, mais além - e para tornar a coisa mais complexa -, o caso da eleição e manutenção no poder do Hugo Chávez), aí ninguém questiona a instituição da Democracia, mas se revolta e utiliza argumentos com base em xingamentos às pessoas que votaram contra as suas vontades (reacionários, xiitas, comunistas, direitosos, etc.). Veja bem, e se a maioria da população da Califórnia fosse nazista e votasse a favor da eliminação de todas as minorias? Ou se a minoria da Califórnia fosse nazista e exigisse uma eleição a favor dessa eliminação, aí perdesse e ficasse falando "que isso interessa a você?" (vejam bem, eu sei que essa argumentação, para o caso nazista, é rídicula, mas se atentem ao exemplo - extremo, mas ainda um exemplo).
Eu sou completamente a favor do casamento gay e da democracia. A questão é que, nesse caso, venceu o voto da maioria, o que mostra, no mínimo, o grau de preconceito explícito que existe na cabeça do norte-americano médio. Mostra também como a Democracia, normalmente tão incondicionalmente defendida, tem as suas questões e problemas, que são difíceis de resolver. Ruim com ela, pior sem ela? Ou existiria alguma solução prática que ajudaria nesse assunto? Porque, no momento, a maioria das pessoas na Califórnia (a maioria que votou e venceu) está contente com o resultado do pleito. E a democracia se baseia, em princípio, na maioria.
2 comentários:
Pois é, o problema é que grande maioria das pessoas vive um individualismo exacerbado e não se dá conta pois, quando alguma medida tomada pela maioria é acatada e elas estam a favor, a democrácia, neste caso, é legal. Do contrário as escaramuças de quem na verdade não entedende nada de política e na verdade só quer ver a sua vontade singular sendo colocada. Democracia é ver a vontade da maioria sendo exercida mesmo que você não concorde com ela.
é meu, tu eh um democrata gay
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