5 de jun. de 2008

Violência nos games

Vez por outra algum jogo é responsabilizado por atitudes ilegais de adolescentes. O caso mais recente aconteceu com o jogo de tiro em primeira pessoa Counter Strike e o de RPG Everquest, proibidos a partir de janeiro desse ano porque “trazem imanentes estímulos à subversão da ordem social, atentando contra o estado democrático e de direito e contra a segurança pública”. Ao longo dos anos, vários games já foram acusados de influenciar negativamente inocentes jovens ao redor do mundo.

Esse tipo de acusação, existente também em músicas, RPGs de mesa e todo o tipo de mídia que é consumida por jovens, é bem típica de uma tradição moralista defensora dos bons costumes e da família, seja lá o que isso for. Fulano esquartejou a família e joga Resident Evil? Culpa do jogo. Ciclano pegou a arma do pai, saiu atirando pela sua escola e joga Counter Strike? Culpa do jogo. Beltrano joga menos futebol que o Tuta quando estava no Grêmio e joga Winning Eleven? Culpa do... ah, vocês sabem.

O fato é que é muito mais fácil culpar qualquer agente exterior do que admitir que a pessoa já tinha problemas, sejam eles de cabeça, de família (o que torna mais fácil ainda culpar os jogos, né?), de relacionamentos... Dessa forma, o videogame acaba servindo de bode expiatório, visto que é um entretenimento que não faz parte da vida desses defensores da moral, e pode então ter a sua censura solicitada. Atrás desse discurso moralista embarcam inúmeras pessoas que não têm contato nenhum com os jogos, que ficam sabendo dos casos apenas por esse falatório moral, e que acabam por ter o mesmo sentimento em relação aos games: devem ser proibidos, banidos, queimados...

É claro que existem jogos exagerados, jogos de adultos e jogos mais sérios. Porém, todos eles são... jogos! Eles só existem “virtualmente”. Se a sua influência “maligna” afeta uma cabecinha adolescente (perceba que isso é uma suposição, não uma afirmação), a razão deve-se mais à própria cabecinha do que ao jogo em si.

Note que esse texto poderia ser uma defesa a qualquer um dos entretenimentos que eu citei acima como alvos do moralismo de plantão, pois o caso é o mesmo. Não são eles que fazem matar, por mais que certas pessoas assim o desejem.

5 comentários:

luciano disse...

Ah sim, os mesmo cocorocas de sempre. Falam que rpg é coisa do diabo e apoiam as políticas aumento da segurança pública (que às vezes pode ser entendida como insegurança pública, coisas do tipo "mst? Tem mais é que descer o sarrafo mesmo e defender a propriedade privada).

Daniel Kieling - Construindo um Novo Brasil disse...

Fala Dr..........Júnior....onde anda???? Continua em SP?????????Mande notícias...!!!!

André disse...

Não dizem por aí que os melhores cirurgiões são aqueles que jogam videogame?

Thiago F.B disse...

Cara...
Ridículo culpar algo virtual pelo comportamento de uma pessoa!!!
Tanta coisa pra se preocupar e eles ficam perdendo tempo com essa merda!!
Acho que eles fazem isso pq determinados fabricantes não pagam propina pra eles!!!

Anônimo disse...

Eu sempre adorei jogos do estilo "Doom". E nunca pensei em pegar uma arma e sair matando pessoas como se fossem os monstros. Aliás, eu via o jogo como maneira de descarregar o stress do dia-a-dia, e não o contrário, o dia-a-dia como uma maneira de tornar o jogo "real".
Agora, faz um tempão que não jogo...

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