Carta aberta de Oscar Maroni Filho à opinião pública:Carta aberta a opinião publica
Acidente com o avião, atentos à palavra acidente, caso queiram, vale buscar a definição do Aurélio. Num lapso temporal, de uma semana, um Hotel, se torna o grande culpado, após uma declaração de um piloto, desconhecido, e não identificado, ao Fantástico no Domingo, e pronto, já temos quem culpar!!! O Oscar’s Hotel. Prefeito, Subprefeito, Secretário da Habitação, e uma dúzia de assessores, foram com toda mídia para Lacrar e Bloquear o Hotel do Oscar Maroni, baseando sua motivação numa falácia de que Oscar tinha fraudado, ludibriado, corrompido funcionários públicos para erguer um Prédio de 47,3 metros de altura nas proximidades do aeroporto, e que colocava milhões de pessoas em risco.
Após o desagradável e cinematográfico episódio de lacração e bloqueio do Hotel, com direito a pasteis, churros e bebidas energéticas, faz ameaça o Secretário da Habitação para meu advogado, neste sentido: Aqui do lado será minha próxima lacração - apontando na direção do Bahamas Club. Então, dias, e poucos dias, vem a Subprefeitura, através do Sr. Subprefeito da V. Mariana e interdita meu empreendimento de mais de 20 anos, motivado por uma entrevista na televisão, a qual eu supostamente teria dito: “Sim, minha casa é de prostituição de luxo, sim, não vamos ser hipócritas, não vamos ser falsos” e profere: “Soube que o Ministério Público denunciou o Sr. Oscar Maroni por diversos crimes”.
Na manhã seguinte, vou ao escritório de meus advogados e tomei conhecimento que o Hotel havia conquistado a deslacração e desbloqueio, e que poderia continuar suas obras de acabamento, e que, o Sr. Prefeito havia descumprido ordem judicial. Ora, não posso enganar ninguém, fui ao céu, e inundei meu rosto de lágrimas por sentir no meu íntimo que justiça havia sido feito!! Volto para meu escritório, e início toda a parafernália para o evento do dia seguinte, para retirar os blocos e adesivos da Prefeitura de Lacração de meu Hotel.
Durante horas curti aquele momento como uma das maiores emoções de minha vida, e me sentia vitorioso, não é para menos...
Se adoto a sugestão do Prefeito, hoje meu Hotel e todo meu investimento teriam virado entulho, e somente o Sr. Prefeito teria ganho com isto, conclamo aqui minha satisfação em poder contar com a Justiça de meu país, porque mesmo com bons advogados, se eu tivesse comprado alguma licença de construção, ou subornado algum fiscal, tenho certeza que jamais conseguiria a vitória na justiça!
Na manhã seguinte, soube pelo rádio, que minha prisão preventiva tinha sido decretada. Atônito e desesperado, saio de meu apartamento, e começo uma jornada de angústia e sofrimento, que vivo até agora.
Momentos depois, meu advogado me diz que a prisão foi decretada porque eu desrespeito a justiça, a ordem pública, faço piadas com as autoridades, e que agora havia dito na televisão que minha Boate era sim uma casa de prostituição de luxo! Quero esclarecer de forma definitiva: Jamais agi desta forma, e pior, jamais teria afirmado tamanha mentira, porque estaria ofendendo a clientela de minha Boate. Acreditem, garotas que não fazem programa freqüentam, assim como homens que apenas querem se divertir bebendo, conversando, vão até o Bahamas Club. Os shows fazem parte de uma estratégia de negócios, assim como as saunas, as mesas de bilhar, a piscina, as refeições, e as bebidas.
Apenas para garantir a compreensão, destaco que, na reportagem ao Jornal da Band, estava me referindo as mulheres que freqüentam o Bahamas, e nunca quis, ou nunca afirmei que o Bahamas é uma casa de prostituição, ademais é de se considerar, que prostitutas estão por aí, em vários lugares, distintos, sofisticados, e se cometo algum pecado, é porque mantenho minhas portas abertas, para qualquer pessoa maior de idade, sem qualquer discriminação de raça, sexo, ou qualquer outra forma de restrição, as pessoas entram, pagam seus ingressos, e se divertem como melhor for conveniente para elas.
Outro aspecto da louca história é quando me refiro as outras casas, para justificar a minha, de novo esclareço: é preciso salientar que uma pequena parte está legalizada como o Bahamas, entretanto há inúmeras boates, saunas, casas de massagem, que exploram e facilitam a prostituição de mulheres inocentes e até de mulheres menores de idade, e ainda, há outras que sequer tem alvarás de hotel, e lá possuem quartos, e taxam os preços das profissionais do sexo.
Neste emaranhado que me colocaram, há ainda espaço para a tentativa de denegrir minha imagem, com afirmações de que descumpro ordem judicial, que ironizo a justiça, que faço milhares de coisas que fazem as autoridades me declararem nociva para a sociedade; pois bem, sobre este ponto quero ser sucinto, perguntando: após seis processos movidos pelo Estado, e que resultaram de forma positiva para mim, ou seja, INOCENTE porque foi comprovada que a maneira de meu trabalho não acarreta nenhum crime, por que você fecharia um local reconhecido mundialmente como a melhor Boate, que existe há mais de 20 anos?
Enfim, quero declarar que sempre sofri com perseguições e afrontamentos descabidos, e em todas estas vezes, previamente existiu a tentativa de extorsão, corrupção, e tudo mais, mas sempre fui fiel aos meus valores, e jamais cedi.
Então, porque fujo?
Fujo porque a Constituição me dá esse direito. Fujo porque, apesar de polemico e imoral, sou cidadão, tenho direitos e luto por eles. Tenho o direito ao contraditório e a ampla defesa que foram suprimidos, pois nem aos autos dos processos administrativos em que sou parte, a Prefeitura libera o acesso. Assim, sou acusado mas não me deixam saber o teor das acusações para me defender de forma justa. Tenho direito a uma análise técnica, objetiva e criteriosa de todas as provas levantadas contra minha pessoa e minhas empresas, através do devido processo legal, consagrado pela Constituição. Não sou nenhuma ameaça a sociedade nem a ordem publica, como confunde o Promotor que pleiteia minha prisão preventiva.
Tenho domicilio, residência, emprego, empresas, patrimônio volumoso e uma família maravilhosa que amo muito. Não tenho intenção nem vontade de permanecer ausente da Justiça. Respeito o Judiciário e os demais poderes, mas não posso me curvar à injustiça e a evidente perseguição.
Assim confesso que jamais imaginei que a máquina pública tentaria massacrar alguém vivo, e leva-lo a morte em vida! Não digo apenas isto me referindo à minha integridade física, mas principalmente minhas faculdades mentais e valores que sempre busquei, e pelos quais sempre lutei para manter acima de tudo minha maior dádiva recebida A Liberdade.
OSCAR MARONI FILHO